Projetos sugerem soluções inovadoras para problemas
ambientais e urbanos que assolam o planeta. Ideias foram inscritas em concurso
anual da revista de arquitetura eVolo Magazine
Guarda-chuva para os Pólos
Durante as últimas décadas, as calotas polares vêm sofrendo
perdas recordes de gelo. A reconstrução das camadas árticas é o principal
objetivo do projeto vencedor do concurso da eVolo, o Polar Umbrella que, como
um guarda-chuva gigante, reduziria o ganho de calor em regiões vulneráveis.
Este arranha-céu gélido funcionaria como uma metrópole
flutuante, equipada com laboratórios do NOAA (Administração Oceânica e
Atmosférica dos EUA), estações de energia renovável, dormitórios, e habitats
para a vida selvagem. Várias dessas estruturas seriam estrategicamente
distribuídas pelas áreas mais afetadas, ajudando ainda a regenerar as calotas
através de sistemas que congelam a água do oceano.
Parque aéreo em Pequim
O rápido aumento da população nas grandes cidades ao redor
do mundo tem levado ao desenvolvimento de sérios problemas de design urbano,
incluindo a falta de infraestrutura, habitação e principalmente de áreas de
lazer. Em Pequim, uma forma de solucionar a falta de espaço é um arranha-céu
que flutua acima da terra. O chamado Parque Luz permanece à tona graças a um
grande balão em forma de cogumelo cheio de hélio que conta com ajuda hélices
movidas a energia solar. Parques para recreação, campos desportivos e
restaurantes ficariam suspensos por cabos de aço reforçado. Paineis solares
cobrem a parte superior da estrutura e coletores de água acumulam água da chuva
para irrigação das plantas e uso nos banheiros.
Refúgio pós-apocalipse
O "Zero" é um arranha-céu radical projetado para
garantir a sobrevivência da humanidade após a devastação global. Ele funciona
como uma caixa de ferramentas de emergência, que será o ponto de partida para o
restabelecimento da ordem social através da comunicação digital e troca de
informações.
O elemento-chave é a informação. Vivemos na era digital.
Comunicação e conhecimento são os nossos recursos mais importantes hoje.
Por isso, o "Zero" é dedicado à coleta de
informações, uma espécie de cofre de dados on-line para se certificar de que o
conhecimento humano não está perdido. Governo, institutos e organizações ao
redor do mundo são capazes de enviar informações ao "Zero". Qualquer
coisa considerada importante da construção arquitetônica, planejamento
agrícola, registros científicos, etc, pode ser armazenada dentro deste cofre de
dados. Se um "Zero" for destruído, os dados não serão perdidos, já
que haverá outros cofres do tipo espalhados pelo mundo.
Controlador de PH
Desde a Revolução Industrial na Europa, os níveis de
poluição ambiental não param de aumentar. Uma das consequência mais explícitas
disso nas grandes cidades é a chuva ácida. O projeto PH Conditioner Skyscraper
visa filtrar os poluentes industriais e, eventualmente, transformá-los em
recursos como água e fertilizantes químicos. Sua membrana porosa ligada a sacos
de ar tem a capacidade de absorver os materiais ácidos e enviá-los ao núcleo
purificador onde a neutralização tem lugar com a substância alcalina produzida
por fixação de azoto através de uma ação biológica de microorganismos.
Agricultura vertical no Aeroponic
Cerca de 3 bilhões de pessoas dependem do arroz como
principal fonte de alimento. Em 2025, a dependência deve atingir 4 bilhões de
pessoas. O projeto Aeroponic propõe a criação de fazendas verticais
descentralizadas que sejam capazes de fornecer arroz suficiente para as
gerações futuras. A estrutura básica consiste de uma matriz de paralelogramos
de bambu que criam terraços de campos cultiváveis e conta com um sistema de
irrigação natural. O projeto leva assinatura do designer Jin Ho Kim.
Prédio que sequestra CO2
"Big Wood" é um protótipo de construção em massa
de madeira que, a medida que é erguido, ajuda a sequestrar CO2 da atmosfera.
Aço e concreto armado têm sido os materiais primários para construção dos
arranha-céus ao longo dos anos. Infelizmente, estes materiais têm uma produção
que consome muita energia e custos de reciclagem altos. Segundo os designers, o
“Big Wood” seria uma forma mais inteligente e de menor impacto ambiental.
Estudos recentes provaram o sucesso de estruturas de madeira de até 30 andares.
Mas seria possível ir além.
Máscara vulcânica
A fumaxa tóxica que é expelida durante erupções vulcânicas
pode gerar problemas ambientais e para saúde de quem mora em vilarejos
próximos. Como não dá para controlar as erupções vulcânicas, os designers da
Máscara VolcanElectric proponhem a construção de uma estrutura industrial que pode
coletar as cinzas e a fumaça tóxica durante uma erupção - mantendo-as fora dos
céus e longe de cidades - e que também aproveita o calor do vulcão em períodos
de calmaria para fornecer energia elétrica limpa para áreas vizinhas. De
partida, o protótipo seria testado sobre o vulcão Popocatepetl, na Cidade do
México, um dos 10 mais ativos do mundo.
Prédio-tecido
O projeto Skinscape foi inspirado a partir da ideia de que o
meio ambiente modifica a arquitetura com o tempo e, em alguns casos, a natureza
até tenta reivindicá-lo, quando por exemplo, árvores e plantas recobrem a
fachada de casas. Este projeto explora a possibilidade de criar um
tecido-edifício entre os arranha-céus das cidades. O tecido não só expande as
áreas dos edifícios, mas também pode modifica-los para permitir novos arranjos.
A ideia é que os edifícios precisam evoluir com o tempo para se adequarem as
novas exigências urbanas e sociais. O projeto é assinado pelos designers
Woongyeun Park, Jaegeun Lim, Haejun Jung, Karam Kim.
Presídios mais humanos
O projeto SymbioCity repensa a forma como as prisões são
construídas e operadas em um esforço para melhor a justiça penal e sistemas de
reabilitação. Tradicionalmente, dizem os designers do SymbioCity, prisões
funcionam como um parasita em cidades, sugando recursos, mas não dando nada em
troca. Ao localizar prisões em núcleos urbanos, os prisioneiros ficariam
cercados pela sociedade (em vez de isolados em prisões localizadas em áreas
rurais) e, portanto, seriam inspirados a melhorar a si mesmos, para que possam
reentrar na sociedade.
Outras mudanças também são propostas: presos seriam pagos
pelo trabalho que fazem, mas eles também seriam cobrados por suas acomodações,
alimentação e outras amenidades. As prisões também seriam forçadas a tornar-se
mais autossuficientes, em vez de só usarem o dinheiro dos contribuintes: os
presos passariam a cultivar seu próprio alimento em fazendas verticais e a
criar o seu próprio gado. A proposta é assinada pelos designers Khem Aikwanich
e Nigel Westbrook.
Prédios que filtram chuva
A poluição da água é fonte de preocupação crescente na China
e se tornou um dos maiores desafios ambientais do país nas últimas décadas, ao
lado da poluição do ar e das altas concentrações de nitrogênio no solo. Para
melhor o acesso a este recurso em Xangai, os designers chineses Zhang Zhiyang,
Liu Chunyao projetaram torres que podem coletar e purificar a água da chuva e
também purificar a água do rio. Além de garantir água limpa, as torres
aproveitam os resíduos orgânicos da filtragem como adubo para agricultura e
produção de energia.
Arranha-céu minhoca
O arranha-céu Urban Earth Worm usa uma das criaturas mais
comuns do solo como sua inspiração. Assim como minhocas limpam a terra e
resolvem os problemas de poluição, deixando os ecossistemas mais sadios, este
arranha-céu vai limpar a poluição do ar e do solo nas cidades.
A estrutura é, de fato, na forma de um anlídeo, com curvas
que se estendem por toda a cidade, limpando do ar e tratando resíduos. Não para
aí. Na parte superior da estrutura de tubos, solos preenchem as reetrâncias
permitindo o cultivo de alimentos.
Ilhas coletoras
Você já deve ter ouvido falar do Pacific Garbage Patch, um
verdadeiro lixão de milhões de toneladas de plásticos que vaga pelo Oceano
Pacífico. Um projeto concebido pelos designers sul-coreanos Park Sung-Hee e Na
Hye Yeon pretende mudar essa história. Trata-se da Kinectic Irlands, módulos
flutuantes que “varreriam” o mar aglutinando os resíduos plásticos em blocos e
de forma ordenada. A certa altura, esses blocos seriam recobertos de solo
sintético como elementos de construção de uma cidade futurista flutuante. Essa
ilha poderá até ser coberta com terra, de modo a ter fundação sólida que
permita o desenvolvimento de culturas agrícolas.
Cidade Submarina
A construção de uma cidade submarina é o objetivo principal
deste projeto que responde ao aumento do nível do mar nas próximas décadas. Os
USA National Research Council estima que, somente neste século, o nível do mar
vai subir entre 50 e 200 centímetros. O projeto foi concebido como uma
"tigela" flutuante com uma enorme átrio aberto para o céu onde a luz
solar será capaz de chegar a todos os níveis subaquáticos. A geometria é
composta por uma matriz de caixas de tamanhos diferentes que permitem a
delimitação de funções específicas, como espaços comunitários e de lazer, áreas
privadas e comerciais, além de muita superfície verde para parques, fazendas e
produção de oxigênio.
Fonte: Exame