Moradores de um edifício
residencial em Brasília conseguiram uma economia de mais de mil reais por mês.
Depois de descobrir uma caixa d’água que estava desativada há anos, a síndica
do prédio observou a quantidade de água que escorria da calha da cobertura
quando chovia e se perdia na rua.
“Vi que caía muita água. Como
queria fazer um jardim, decidi usar essa água para irrigação”, contou Vanda
Maria Ramos. Segundo ela, a obra foi muita rápida e simples. “Tive que chamar
um eletricista para colocar uma bomba para captação da água e um pedreiro fez o
buraco em volta do prédio, levando a tubulação até a caixa d’água”, explicou.
Segundo Vanda Maria, enquanto a
conta de água dos prédios vizinhos que fazem irrigação de jardim ultrapassa
quatro mil, a fatura mensal do edifício que administra não chega a três mil
reais.
O retorno desses investimentos,
como o aproveitamento de água, energia solar e outras medidas ambientalmente
sustentáveis, é levado cada vez mais em conta pelos brasileiros. Especialistas ambientais e da construção
civil acreditam que os gastos na obra se pagam entre seis meses e um ano com a
economia que é feita, por exemplo, na conta de água ou energia elétrica.
As placas de aquecimento solar
(fotovoltáicas) têm sido cada vez mais usadas no país, principalmente para o
aquecimento da água de chuveiro. Marcos Casado, diretor técnico e educacional
do Green Building Council no Brasil, organização internacional de estímulo às
construções verdes que emite certificações de construções sustentáveis em
várias partes do mundo, acompanha o mercado há quase sete anos.
Segundo ele, os custos com esse
tipo de construção já chegaram a ser 30% mais caro do com obras tradicionais.
Casado ressaltou que hoje gasta-se, em média, 5% a mais do que em um
empreendimento comum e esse custo inicial se viabiliza pela redução de custo
operacional nas edificações.
A maior oferta de produtos e
tecnologias oferecidas pelo mercado resultou no barateamento dos custos no
decorrer dos anos. Marcos Casado disse que a redução no preço final do empreendimento
é reflexo, também, do maior número de unidades produzidas.
O Ministério do Meio Ambiente
disponibilizou uma cartilha em sua página na internet, com dicas de medidas que
podem ser adotadas por qualquer cidadão. Entre essas informações estão, por
exemplo, o posicionamento solar, a manutenção de vegetação nativa para o
equilíbrio térmico e os sistemas de reaproveitamento de água da chuva.
O Rio de Janeiro é o segundo
estado com o maior número de certificações em andamento no país - são 134 projetos
em andamento e 12 empreendimentos certificados. São Paulo está em primeiro
lugar, com 419 projetos que aguardam a certificação e outros 75 empreendimentos
certificados.
De acordo com o GBC Brasil, os
estados que mais investem em empreendimentos sustentáveis são os que têm maior
participação de profissionais em cursos de especialização nesse tipo de obra. A
organização capacita diversos especialistas do setor a partir de um programa
que já formou mais de 45 mil profissionais em cursos realizados em 20 cidades
do país.