Para muita gente pode parecer a
mesma coisa ou causar alguma confusão. Mas os dois conceitos são discutidos há
muito tempo e formam duas correntes ideológicas distintas no que diz respeito à
relação do homem com a natureza.
Na segunda metade do século XIX,
iniciou-se uma tendência mundial de criação de áreas naturais protegidas como
resposta aos efeitos destrutivos que nosso modelo de sociedade causa aos meios
naturais. Com o passar do tempo, no entanto, uma questão igualmente importante
tornou-se foco de disputas e posicionamentos distintos sobre essas áreas: elas
podem ou não ter presença humana?
Os preservacionistas defendem que
as áreas naturais não devem sofrer interferência da ação humana. O maior
expoente dessa corrente foi o naturalista John Muir, que ficou conhecido pelo
seu “deslumbramento” pela natureza. Para ele, o natural é algo que prescinde da
ação e ocupação humana, por isso deve se manter intocado. Essa corrente tende a
compreender a proteção da natureza independentemente do interesse utilitário e
do valor econômico que possa conter.
Já os conservacionistas defendem
a possibilidade de manejo sustentável dos recursos naturais. Por volta de 1940,
o cientista e ecologista Aldo Leopold, precursor da Biologia da Conservação,
propôs um manejo que visasse maior proteção do que a ‘intocabilidade’, o que na
época foi inovador. Para ele, na conservação a participação humana precisa ser
de harmonia e sempre com intuito de proteção.
Segunda Suzana Pádua, em sua
coluna no site O Eco, a inclusão das necessidades sociais tem sido uma
constante nos movimentos ambientalistas, que têm incluído alternativas de renda
que visam a melhoria da qualidade de vida humana com práticas que enfocam e
valorizam a natureza local. “Esta abordagem resulta da impossibilidade e da
injustiça de se pensar em conservar espécies e ecossistemas ameaçados, quando
as condições de humanas são indignas. Com base nesse novo pensar surgiu o termo
‘socioambiental’, onde o social e o ambiental são verdadeiramente tratados de
maneira integrada”.
Fonte: Superinteressante