A situação observada na expedição
foi um pouco melhor que a primeira avaliação, mas
existe a ressalva de
que as condições da poluição dependem da maré. | Foto: Raffa Soares/Flickr
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Um passeio pela Baía de Guanabara
serviu para o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes,
observar as condições da água do local que receberá as competições de vela dos
Jogos Olímpicos de 2016. Durante uma hora e 20 minutos, Fortes apontou para os
integrantes dos grupos de Sustentabilidade e de Saneamento da APO lugares onde
se podia ver a poluição, com lixo ou com óleo.
A avaliação, feita na última
sexta-feira (3), foi a segunda realizada pelo presidente da APO. Na primeira,
acompanhado do biólogo Mário Moscatelli, Fortes sobrevoou, de helicóptero, a
Baía de Guanabara e não gostou do que viu. Segundo ele, na segunda expedição a
situação foi um pouco melhor, mas ainda existe a ressalva de que as condições
da poluição dependem da maré.
"A visão do alto é bem
diferente de sair pelo mar onde se perde a perspectiva. Do alto você vê as
manchas de óleo, a quantidade de lixo depositada em diversas áreas, sobretudo
nas margens quando a maré está baixa. A qualidade da água se pode sentir do alto,
e é possível ver como a poluição avança. Eu hoje não vi muito lixo, mas isso
também depende da maré alta ou baixa. Hoje até que estava razoavelmente limpo.
A qualidade a gente só pode sentir do alto, de helicóptero, mas se a gente for
olhar as margens próximas à Marina da Glória ou no Caju, é inacreditável",
disse. ressaltando que ficou assustado com a quantidade de lixo.
Segundo Fortes, as duas
avaliações vão gerar um relatório que será encaminhado ao governo federal para
discussão das soluções emergenciais a fim de diminuir a poluição da baía.
"O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara vem de muito tempo, vem da
década de 1990, e os resultados não foram os esperados. Então, temos que pensar
agora em soluções que tragam para as competições uma qualidade de água
desejável e ausência de lixo”, declarou.
O passeio normalmente é feito no
rebocador Laurindo Pitta, mas como ele passa por manutenção, está sendo usada a
escuna Nogueira da Gama. A viagem é uma das atrações turísticas do Rio de
Janeiro. O ponto de partida é o Centro Cultural da Marinha, na Praça XV, no
centro do Rio. Para Márcio Fortes, o fato de levar tantos turistas para
conhecer a Baía de Guanabara, o passeio também acaba deixando evidentes as
condições ambientais do local. "O turista constata que o poder público tem
que fazer alguma coisa para combater a questão e sobretudo a presença de lixo
na Baía de Guanabara", finalizou.
Fonte: Ciclo Vivo