Por Mauro Banderali
Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por
problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, falta de saneamento
e ausência de políticas de higiene, segundo dados da Organização das Nações
Unidas (ONU) divulgados no Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos
Hídricos no último mês de março. O Relatório da ONU-Água divulgou também que
quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os
governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento
básico. De acordo com a Unicef, a cada 15 segundos, uma criança morre por conta
das doenças relacionadas à água. Esses dados mostram que a qualidade da água
está diretamente ligada à saúde da população.
No Dia Mundial da Saúde, comemorado no próximo dia 7 de
abril, a situação da água está em evidência muito mais como uma preocupação do
que como uma solução, já que grande parte das doenças e da contaminação chega
aos humanos por meio desse líquido tão precioso.
No Brasil, dados divulgados pelo Ministério das Cidades e
pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, mostram que, até
2010, 81% da população tinham acesso à água tratada e apenas 46% dos
brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total de esgoto gerado no país,
apenas 38% recebiam tratamento no período.
Problemas como destinação inadequada do lixo, despejo
irregular de esgoto, utilização de agrotóxicos, proliferação de algas,
enchentes e todos os tipos de contaminação, dificultam o tratamento das águas e
conduzem doenças para a população que, muitas vezes, não tem acesso ao
tratamento adequado. É preciso lembrar a importância deste recurso no dia
mundial da saúde, pois água e saúde estão interligadas e, além disso, ao
preservar e cuidar desses bens, garantiremos água de qualidade e saúde para as
gerações futuras.
Atualmente, a tecnologia pode contribuir para manter a
qualidade da água. O mercado disponibiliza equipamentos capazes de mensurar
parâmetros como temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido (OD ótico),
condutividade elétrica (CE), ORP, turbidez, resistividade, salinidade, além de
muitos outros. A medição e o acompanhamento desses parâmetros por empresas de
saneamento e quaisquer outras que monitorem a qualidade das águas é essencial
para garantir uma água saudável para a população.
O cidadão também pode contribuir com a saúde da água com
atitudes simples como ser responsável no descarte correto do lixo, não despejar
óleo e medicamentos na rede de esgoto, usar produtos biodegradáveis, entre
outras. Se cada cidadão e cada empresa tiver uma atitude responsável com a
água, estaremos contribuindo com sua qualidade e com a saúde de todos.
*Mauro Banderali é especialista em instrumentação
hidro-meteorológica na empresa Ag Solve
Fonte: Revista TAE