Se não enfrentarmos os desafios ambientais mais urgentes, os
avanços do desenvolvimento humano mais recentes poderão ser perdidos nas
próximas décadas, alerta ONU
O novo relatório sobre o IDH - Índice de Desenvolvimento
Humano, feito pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
traz um dado preocupante. Se o mundo não enfrentar os desafios ambientais mais
urgentes, os avanços do desenvolvimento humano mais recentes poderão regredir
drasticamente.
Para o pior cenário, em que se confirmem as perspectivas do
aquecimento global e das mudanças do clima, o relatório prevê que o IDH global
poderá recuar até 15% em 2050. As regiões mais pobres do globo deverão ser as
mais afetadas, com uma redução no IDH de 22% no Sul da Ásia e de 24% na África
Subsaariana.
Vulneráveis, essas regiões correm o risco de ver crescer o
número de miseráveis (que ganham menos de US$1.25 por dia) em função do aumento
da poluição, a diminuição da água potável, da terra para agricultura, das
reservas pesqueiras e de fenômenos climáticos extremos, como secas e enchentes.
Segundo estimativas da ONU, no pior cenário, as catástrofes
ambientais lançariam cerca de 2,7 bilhões de pessoas na pobreza extrema em todo
o mundo. Desse total, 1,9 bilhão seria de novas pessoas lançadas à pobreza pela
degradação ambiental, enquanto outras 800 milhões seriam de gente
impossibilitada de sair da miseria por causa das calamidades ambientais.
Estes resultados sublinham a mensagem central do relatório,
"de que as ameaças ambientais estão entre os impedimentos mais graves para
o aumento do desenvolvimento humano, e que suas consequências para a pobreza
tendem a ser mais elevadas". "Quanto mais tempo ação é retardada,
maior será o custo", explica a ONU.
Fonte: Planeta Sustentável