Partículas químicas podem prejudicar o bom funcionamento da
tireoide.
Observando sintomas de moradores do Grande ABC, região
paulista famosa pela concentração de indústrias, Maria Ângela Zaccarelli
Marino, professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, comprovou
que a poluição deflagra um novo tipo de doença, a tireoidite química autoimune.
"O contato com os poluentes é o gatilho para a produção de anticorpos que
atacam a tireoide", explica Maria Ângela.
Daí, a glândula passa a trabalhar em ritmo bem lento. É uma
versão da síndrome de Hashimoto, problema mais comum em mulheres. Mas, como a
tireoidite química é induzida por fatores ambientais, inclui também homens e
crianças entre suas vítimas. A situação dos pequenos é mais grave, já que o
hipotireoidismo afeta hormônios fundamentais para o aprendizado e o
crescimento.
PROBLEMA NO AR
Crescimento de áreas industriais aumenta problemas
tireoidianos
1. Ameaça inalada
Agentes químicos da poluição atmosférica são os maiores
responsáveis pela produção dos anticorpos que atacam a tireoide. Casos assim
cresceram no Grande ABC após a expansão industrial, na década de 1990.
2. Reposição ajuda a viver bem
A tireoidite não tem cura, mas pode ser controlada. No caso,
é preciso apelar para hormônios sintéticos. O grande risco é abrir portas para
outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus, vitiligo e diabete
tipo 1.
Fonte: Planeta Sustentável