Foto: Henrique Araújo/Tecverde
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Construir casas ecológicas no
menor tempo possível é a aposta de jovens profissionais, sócios da empresa
Tecverde. Fundada em 2009, em Curitiba, a companhia realiza suas obras sem o
uso de tijolo, com madeira autoclavada de reflorestamento e isolamento térmico
com lã de vidro ou garrafas PET.
Ao investir nesse negócio, os
empresários certificaram-se de encontrar uma maneira em que a construção
sustentável fosse realizada mais rapidamente do que as obras tradicionais. Além
disso, eles utilizam menos mão de obra. Dessa forma, há mais incentivo ao
cliente que busca um projeto benéfico para o meio ambiente.
“A gente consegue fazer a obra em
um quarto de tempo de uma obra convencional economizando em 80% de resíduos e a
emissão de carbono, com o dobro de conforto térmico e acústico, com quatro
vezes menos mão de obra e com uma garantia muito maior de orçamento porque a
obra é toda industrializada”, afirmou um dos sócios da Tecverde, o engenheiro
civil Caio Bonatto, ao G1.
Foto: Henrique Araújo/Tecverde
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Para fazer a parede é utilizada
uma estrutura de madeira produzida em Pinus proveniente de florestas plantadas
e certificadas. Todas as peças ficam
envoltas por chapas e membranas, por isso a madeira não fica aparente. Nesse
processo são utilizadas: estrutura de madeira tratada, isolante térmico e
acústico, OSB (a chapa que garante a fixação dos móveis), membrana hidrófuga,
placa cimentícia, gesso acartonado e acabamento.
Já a laje é construída com viga
de madeira do entrepiso, isolante térmico acústico, OSB 18,3 mm, manta
anti-ruído, contrapiso, piso acabado, fixações/ancoragem, paredes do pavimento
térreo e superior e forro de gesso rebaixado.
A fundação da casa depende do
tipo de solo e topografia de cada terreno, ou seja, não há uma solução padrão.
No caso de áreas planas é aplicado o radier, que é uma laje estrutural. A
fixação das paredes com a fundação é realizada com parafusos parabolts calculados
e posicionados que garantem a resistência da estrutura contra ventos ou
qualquer outro esforço que afete a estrutura.
Foto: Henrique Araújo/Tecverde
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A empresa atende clientes de alta
renda, média e baixa renda, para esse último público a tecnologia foi
licenciada para a construção de 300 casas do programa federal “Minha Casa,
Minha Vida”, no Rio Grande do Sul, em 2012.
Segundo Bonatto, uma casa com
essas características de médio a alto padrão, de 200 metros quadrados, fica
pronta em até quatro meses, enquanto que a mesma residência de alvenaria pode
demorar até 18 meses para ser concluída. Ainda de acordo com o engenheiro, o
valor da casa sustentável é de aproximadamente R$ 360 mil, mesmo valor de uma
construção convencional com o mesmo tamanho e padrão.
Para chegar ao modelo, foram
realizadas diversas pesquisas até encontrarem uma tecnologia na Alemanha. Eles
adaptaram à realidade brasileira, desenvolvendo no Brasil um padrão de
construção ecológica em parceria com a empresa alemã Homag-Weinmann, SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), FIEP (Federação das Indústrias
do Estado do Paraná), LP Brasil e com o apoio do banco Santander. O apoio das
companhias do estado foi importante para que o projeto obtivesse o sucesso
alcançado hoje.
Foto: Henrique Araújo/Tecverde
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Fonte: Ciclo Vivo