Um temporal forte, desses que caem durante o verão em São
Paulo, chega a descarregar 92 litros de água por metro quadrado. Se essa
chuvona caísse sobre toda a cidade, Sampa seria inundada por 138 bilhões de
litros de água, o suficiente para encher 55 531 piscinas olímpicas, com 25
metros de largura, 50 de comprimento e 2 de profundidade. Esse megatoró
hipotético sobre todo o município pode até acontecer, mas é bem raro. Afinal, a
cidade paulistana é enorme, com uma área de 1 509 km². Na prática, o que
acontece é que alguns bairros acabam sendo mais castigados do que os outros. Mas
a quantidade de água que cai do céu não é o único fato a ser analisado para
determinar a intensidade de uma chuva. O tempo de duração e o tamanho da área
também contam. Por exemplo, uma chuva de 20 litros de água por m², distribuída
em um dia por toda a cidade, pode passar como uma fina garoa. Já a mesma
quantidade de chuva caindo em apenas uma hora pode detonar a região atingida,
ainda mais se for sobre uma área pequena. Nas grandes metrópoles, o problema
das enchentes é mais grave porque falta um bom sistema de drenagem da água -
afinal, o solo foi impermeabilizado pelo asfalto. Situação bem diferente ocorre
na Amazônia, onde chega a chover 4 mil litros por m² por ano! Na floresta, o
aguaçeiro é absorvido pelas plantas, pelo solo e pelos rios, reduzindo o impacto
da água que cai do céu.
Fonte: Mundo Estranho