O gigante asiático enfrenta,
atualmente, uma crescente pressão pública dos cidadãos para reduzir a poluição
do ar, devida em grande parte à queima de carvão. Seus esforços para promover a
eficiência energética e a energia renovável se baseiam na constatação de que
fazê-lo valerá a pena em longo prazo, afirmou Figueres.
A China tem alguns dos mais
rigorosos padrões de eficiência energética para edifícios e meios de
transporte, e seu apoio à tecnologia fotovoltaica ajudou a reduzir os custos
dos painéis solares em 80% desde 2008, observou Figueres.
“Eles realmente querem respirar
um ar que não tenham que estar controlando. Não estão fazendo isso porque
querem salvar o planeta. Eles estão fazendo isso porque é de interesse nacional”,
ressaltou a secretária-executiva da UNFCCC.
Sistemas políticos
A China também é capaz de
implementar tais ações porque seu sistema político evita alguns dos obstáculos
no poder legislativo vistos em países como os Estados Unidos, reforçou Figueres.
Políticas-chave, reformas e
nomeações são decididas em uma sessão plenária ou em uma reunião do Comitê
Central do Partido Comunista, formado por mais de 200 membros. O Congresso
Nacional do Povo, a legislatura unicameral da China, em grande parte chancela
as decisões tomadas pelo partido e outros órgãos executivos.
A divisão política no Congresso
dos EUA desacelerou os esforços para aprovar a legislação sobre o clima e é
“muito prejudicial” à luta contra o aquecimento global, lembrou a executiva da
ONU.
Novo acordo
Christiana Figueres é responsável
por liderar mais de 190 estados-membros em uma iniciativa liderada pela ONU
para projetar um tratado internacional de luta contra o aquecimento global. A
meta é assinar, em 2015, um acordo vinculante (de cumprimento obrigatório) que
passará a valer em 2020, substituindo o Protocolo de Kyoto, adotado em 1997.
Figueres espera que uma versão
preliminar do tratado de 2015 seja discutida em reuniões em Lima, no Peru, em
dezembro de 2014. A elaboração de um acordo será facilitada por outros países,
como a China, que perceberam que reduzir as mudanças do clima redundará em
benefícios em longo prazo que compensam os custos de curto prazo, justificou
ela.