Um grupo de agricultores japoneses
aproveitou a terra em que se desenvolvem as culturas para implantar, ao mesmo
tempo, sistemas de geração de energia fotovoltaica. Com a eletricidade obtida
dos raios de sol, os produtores fornecem eletricidade para a fazenda, e, ainda,
aproveitam em totalidade o espaço em que ficam plantados os alimentos.
O projeto elaborado na localidade
japonesa de Kazusatsurumai é inspirado numa ação desenvolvida na Califórnia,
que também uniu os painéis solares à agricultura num mesmo espaço de terra. De
acordo com os responsáveis pelo projeto, a ação, que ainda é incomum na maioria
dos países, não interfere negativamente na produção de alimentos e fortalece o
desenvolvimento e a popularização da energia fotovoltaica no mundo inteiro, que
ainda encontra resistência para ser aplicada em larga escala, devido, também, à
falta de espaço disponível para a instalação dos módulos geradores desta fonte
renovável.
A instalação de painéis
fotovoltaicos em lavouras e áreas verdes causou polêmicas entre agricultores,
ambientalistas e proprietários de terras, uma vez que há dúvidas quanto aos
efeitos que poderiam ser causados pelos equipamentos de geração energética. No
entanto, em abril deste ano, uma lei no Japão aprovou o uso de painéis solares
nas zonas de cultivo, desde que estas estruturas não entrem em contato direto
com o solo, e não prejudiquem nem o plantio, nem o trabalho dos agricultores.
A solução foi desenvolvida em solo
japonês pela primeira vez em 2004, pelo especialista Akira Nagashima, graduado
em engenharia e biologia, que patenteou o sistema especial de adaptação para as
propriedades rurais. Nagashima percebeu que, quanto maior a incidência solar,
mais intensa é a fotossíntese das plantas – mas, nem sempre, a radiação
intensiva pode ser positiva para o desenvolvimento dos vegetais.
Fonte: Ciclo Vivo