Os professores Luís Augusto
Barbosa Cortez e Jeremy Woods, da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e Imperial College London,
respectivamente, afirmaram que o investimento em novas tecnologias que permitam
explorar melhor a biomassa e políticas públicas adequadas possibilitam alcançar
uma produção de biocombustíveis capaz de fortalecer o desenvolvimento
econômico, a exemplo das áreas de segurança alimentar e energética, sobretudo
em países da América Latina e da África, informou a Agência Fapesp.
De acordo com Cortez, os
estrangeiros acreditam que os brasileiros vivem cercados de cana por toda
parte, enquanto que a verdade é que as plantações dedicadas à produção de
etanol ocupam apenas 0,4% do território do país e nunca representaram uma
ameaça à produção de alimentos.
"Na década de 1970, o Brasil
importava 80% da gasolina que consumia. O Programa Nacional do Álcool
(Proálcool), além de ajudar a conquistar a independência energética, contribuiu
para a industrialização da agricultura brasileira. Foram transferidos para o setor
toda uma capacidade de engenharia e de cálculo dos custos de produção e todo um
conhecimento sobre máquinas. Hoje 40% das exportações do país correspondem a
produtos agrícolas", explicou o professor durante um painel sobre
biocombustíveis realizado em 27 de setembro, durante a programação da Fapesp
Week London.
Projeto de viabilidade
Por possuírem grandes quantidades
de terras disponíveis para a produção de biocombustíveis, os países africanos e
latino-americanos têm grandes chances de se beneficiarem com o modelo do
projeto Bioenergy Contribution of Latin America & Caribbean and Africa to
the Global Sustainable Bioenergy Project (LACAF-cana), iniciado em 2013 e que
tem como objetivo analisar as possibilidades de produção de etanol de cana em quatro
países: Colômbia, Guatemala, Moçambique e África do Sul.
"Nosso primeiro passo será
fazer um diagnóstico da atual situação agrícola desses países. Em seguida,
faremos um levantamento do potencial de produção e discutiremos qual é o modelo
mais adequado para cada lugar. Não necessariamente será um modelo igual ao
brasileiro", explicou o cientista brasileiro.
Fonte: Ecodesenvolvimento.com