Ele tem um nome bem incomum, mas
está no topo da lista de peixes mais cotados para se tornar um substituto da
"sardinha" enlatada. É o matrinxã (Brycon cephalus), um peixe típico
da Amazônia que em breve poderá aterrissar na prateleira do seu supermercado,
dentro de uma lata de aço.
A Embrapa Pesca e Aquicultura
anunciou neste mês a criação de um projeto que vai avaliar a vocação da
matrinxã como alternativa comercial à sardinha verdadeira (Sardinella
brasiliensis) para enlatamento pela indústria de pescados.
O rótulo amazônico ajudaria a
fechar o gargalo crescente da produção desta iguaria tradicional no país.
Segundo dados da agência Embrapa, ao longo dos anos, os estoques naturais de
sardinha têm registrado declínio. Para se ter uma ideia, em 1970, o Brasil
pescava 135 mil toneladas da espécie, enquanto no ano passado, a captura somou pouco
mais de 90 mil toneladas.
Encontrada principalmente no Sul
e Sudeste do país, a população deste peixe rico em Ômega 3 está sendo reduzida
por causa da pesca excessiva. O desrespeito ao período de defeso determinado
por lei (geralmente a época de reprodução ou de maior crescimento da espécie) é
outra constante que prejudica a espécie.
Segundo estudos preliminares, a
matrinxã apresenta crescimento precoce e boa conversão alimentar, chegando a
atingir entre 800 gramas a 1,2 quilo em um ano e possui características que a
tornam um peixe promissor para criação por cooperativas.
Fonte: Planeta Sustentável