Sem local apropriado para fazer
um piquenique, os moradores da Mooca, na Zona Leste de São Paulo, vão
improvisar: neste domingo, 25, às 12h, estendem as toalhas e colocam cestas de
vime na esquina das ruas Francisco Cipullo e Barão de Monte Santo como forma de
protesto pela falta de áreas verdes no bairro. O evento terá ainda shows, dança
e exposição de carros antigos. As ruas serão interditadas e os organizadores
vão fazer um concurso para eleger o piquenique mais incrementado.
A organização é do grupo Mooca
Verde, que lançou um abaixo assinado - já são 2 mil assinaturas - pela criação
do Parque Mooca. Durante o piquenique, haverá um abraço simbólico na área de 97
mil m² conhecida como antigo terreno da Esso, que fica na mesma esquina. Hoje,
o quarteirão da Esso pertence à construtora São José e só não tem prédios ainda
porque é uma área contaminada. Por causa da antiga atividade industrial do
bairro, boa parte dos grandes terrenos na Mooca têm solo comprometido.
Para o Mooca Verde, a área seria
o lugar ideal para a criação do parque. Esta semana, porém, o governo estadual
anunciou a criação do Parque Sabesp Mooca, que deverá ficar pronto em oito
meses e ocupará uma área de 22 mil m² no cruzamento da Avenida Paes de Barros
com a Rua Sebastião Preto. A obra custará R$ 10,5 milhões e tem projeto do
escritório Levisky Arquitetos Associados. Pelas contas do governo estadual, 75
mil moradores vão usar o novo equipamento.
O Parque Sabesp Mooca é
equivalente em tamanho ao Buenos Aires, em Higienópolis, na Zona Oeste. O
parque que os moradores almejam, no antigo terreno da Esso, seria quatro vezes
maior e do tamanho do Parque da Água Branca, também na Zona Oeste.
"Claro que o parque da Sabesp
é uma boa notícia e é super bem-vindo. Mas a Mooca é uma região muito árida,
muito carente de praças públicas e precisamos de mais", explica Verônica
Diogo, uma das fundadoras do Mooca Verde.
Fonte: Planeta Sustentável