Cientistas já conseguiram, através da urina, carregar
smartphone para enviar mensagens SMS, navegar na web e fazer um telefonema
Já pensou em economizar na conta de luz gerando sua própria
energia? Quem sabe num futuro próximo. Pelo menos é o que propõe o Dr. Ioannis
Ieropoulos, cientista e especialista em aproveitamento de energia via fontes
alternativas. Trabalhando no Laboratório de Robótica de Bristol, em uma
colaboração entre a Universidade do Oeste da Inglaterra e da Universidade de
Bristol, o cientista já conseguiu desenvolver um modo de carregar celulares com
o uso da urina.
Até agora, a energia foi o suficiente para enviar mensagens
SMS, navegar na web e fazer um breve telefonema. Porém, os cientistas não
querem se limitar a isso e pretendem, em breve, tentar carregar a bateria por
longos períodos. O conceito foi testado e funciona, precisa apenas ser
aperfeiçoado. A ideia parece vantajosa porque a urina é uma fonte inesgotável
para todo o ser humano. Mas como funciona?
Funcionamento
Diferente do método utilizado por jovens africanas, a urina passa por uma cascata de células de combustível microbianas
(CCM), que são conversoras de energia, pois transformam a matéria orgânica
diretamente em eletricidade através do metabolismo de micro-organismos vivos.
Essencialmente, a eletricidade é um subproduto do ciclo natural de vida dos
micróbios. Assim, quanto mais eles se alimentam, mesmo de urina, mais energia
geram e por longos períodos de tempo.
No entanto, a produção de eletricidade a partir da CCM é
relativamente pequena e, até agora, só foi possível armazenar e acumular estes
níveis baixos de energia em capacitores ou super-capacitores para ciclos de
carga e descarga curtas. Porém, esta é a primeira vez em que foi possível
carregar diretamente a bateria de um dispositivo, como um telefone celular -
configurando-se num grande avanço.
Mas o melhor que isso pode proporcionar vai além de carregar
celulares. Os cientistas acreditam que, no futuro, a tecnologia terá o
potencial para ser instalada em banheiros domésticos, aproveitando a urina e
produzindo eletricidade suficiente para chuveiros ou iluminação. Isso seria
mais um modo de tornar banho de uma maneira sustentável (veja aqui outros
modos).
O projeto que tem
sido financiado pelo Engineering and Physical Sciences Research Council
(EPSRC), Gates Foundation e a Technology Strategy Board, tem causado interesse em empresas dos EUA e a
África do Sul, que desejam também financiá-lo para o desenvolvimento de um vaso
sanitário inteligente.
Veja abaixo, o conceito de geração de energia elétrica via
CCM, explicado pelo próprio Dr. Ioannis Ieropoulos:
Fonte: UWE Bristol