sexta-feira, 26 de julho de 2013

O não tratamento do resíduo do famoso iogurte custa caro à natureza

Com uma textura dos deuses e um resíduo que causa muito problema, iogurte grego ainda precisa de ajustes no tratamento de resíduo para agradar totalmente.


Fonte de vitaminas, cálcio e proteínas, o iogurte é um componente importante da nossa dieta diária. Ele é o resultado da fermentação do leite por bactérias, que recebem o nome de probióticos e são responsáveis pela digestibilidade do alimento. Tendo essa etapa como ponto comum na fabricação de todos os tipos e sabores de iogurte, as diferenças entre o iogurte grego e iogurte mais popularmente conhecido, o de polpa, começam a aparecer logo na etapa seguinte da produção.

Além de usar maior conteúdo de leite, o iogurte grego passa por um processo de filtração, que retira o soro do leite. Esse método, que pode ser seguido por adição de creme de leite, por exemplo, é o responsável pela cremosidade tão apreciada do alimento, capaz de conquistar até o consumidor mais exigente. Mas esse tipo de iogurte, apesar de ter maior quantidade de proteínas e cálcio, também apresenta mais calorias e gorduras.

Os investimentos de indústrias do ramo alimentício neste produto têm movimentado cerca de US$ 2 bilhões anuais, aproximadamente. Em função da possibilidade de crescimento, grandes empresas disputam o mercado de modo acirrado. E, quanto maior a produção do iogurte grego, maior também a quantidade de subprodutos que são descartados.

Foto: Site Relat

Principal resíduo dessa produção, o soro de leite ainda não tem o seu valor de mercado reconhecido no Brasil, e acaba sendo despejado em cursos d’água, causando poluição. O soro possui alta demanda bioquímica de oxigênio, ou seja, necessita de grande quantidade de oxigênio no ambiente para ser degradado. Com isso, compromete o nível de oxigênio presente na água que deveria ser usado pelos animais, que acabam morrendo.

Como o custo de tratar o efluente da fabricação do iogurte seria muito alto, e levando em consideração o valor nutricional do soro de leite, muitos produtores têm devolvido o soro às fazendas. Assim, ele é adicionado à ração dos animais e complementa a carga de proteínas e energia necessitada por eles diariamente. Além disso, o soro poderia ser aproveitado para fabricação de pães, doces, queijo ricota, sucos concentrados e também na extração de leveduras.


Nos Estados Unidos, uma grande empresa de iogurte grego tem dado outro tipo de destinação ao seu resíduo. Ela envia o soro de leite produzido para uma estação de tratamento de águas residuais, que coloca todo o conteúdo recebido em um biodigestor anaeróbico. Nesse grande tanque, cheio de bactérias que trabalham na ausência de oxigênio, é produzido o gás metano. Esse biogás servirá como alimento para geração de energia, que é capaz de alimentar, por exemplo, a própria fábrica de iogurte. Uma maneira inteligente e eficaz econômica e ambientalmente.

Fonte: eCycle
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