Com uma textura dos deuses e um resíduo que causa muito
problema, iogurte grego ainda precisa de ajustes no tratamento de resíduo para
agradar totalmente.
Imagem: Site Complexo Magzine
Fonte de vitaminas, cálcio e proteínas, o iogurte é um
componente importante da nossa dieta diária. Ele é o resultado da fermentação
do leite por bactérias, que recebem o nome de probióticos e são responsáveis
pela digestibilidade do alimento. Tendo essa etapa como ponto comum na
fabricação de todos os tipos e sabores de iogurte, as diferenças entre o
iogurte grego e iogurte mais popularmente conhecido, o de polpa, começam a
aparecer logo na etapa seguinte da produção.
Além de usar maior conteúdo de leite, o iogurte grego passa
por um processo de filtração, que retira o soro do leite. Esse método, que pode
ser seguido por adição de creme de leite, por exemplo, é o responsável pela
cremosidade tão apreciada do alimento, capaz de conquistar até o consumidor
mais exigente. Mas esse tipo de iogurte, apesar de ter maior quantidade de
proteínas e cálcio, também apresenta mais calorias e gorduras.
Os investimentos de indústrias do ramo alimentício neste
produto têm movimentado cerca de US$ 2 bilhões anuais, aproximadamente. Em
função da possibilidade de crescimento, grandes empresas disputam o mercado de
modo acirrado. E, quanto maior a produção do iogurte grego, maior também a quantidade
de subprodutos que são descartados.
Foto: Site Relat
Principal resíduo dessa produção, o soro de leite ainda não
tem o seu valor de mercado reconhecido no Brasil, e acaba sendo despejado em
cursos d’água, causando poluição. O soro possui alta demanda bioquímica de
oxigênio, ou seja, necessita de grande quantidade de oxigênio no ambiente para
ser degradado. Com isso, compromete o nível de oxigênio presente na água que
deveria ser usado pelos animais, que acabam morrendo.
Como o custo de tratar o efluente da fabricação do iogurte
seria muito alto, e levando em consideração o valor nutricional do soro de
leite, muitos produtores têm devolvido o soro às fazendas. Assim, ele é
adicionado à ração dos animais e complementa a carga de proteínas e energia
necessitada por eles diariamente. Além disso, o soro poderia ser aproveitado
para fabricação de pães, doces, queijo ricota, sucos concentrados e também na
extração de leveduras.
Nos Estados Unidos, uma grande empresa de iogurte grego tem dado
outro tipo de destinação ao seu resíduo. Ela envia o soro de leite produzido
para uma estação de tratamento de águas residuais, que coloca todo o conteúdo
recebido em um biodigestor anaeróbico. Nesse grande tanque, cheio de bactérias
que trabalham na ausência de oxigênio, é produzido o gás metano. Esse biogás
servirá como alimento para geração de energia, que é capaz de alimentar, por
exemplo, a própria fábrica de iogurte. Uma maneira inteligente e eficaz
econômica e ambientalmente.
Fonte: eCycle