O Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou foi inteiramente
planejado com base na cultura Kanak, um tribo da região de Nouméa, na ilha de
Nova Caledônia, no Pacífico Sul. Projetado pelo famoso arquiteto italiano,
Renzo Piano, a obra é considerada uma das pioneiras da arquitetura sustentável,
pois carrega aspectos econômicos, socioculturais e ambientais.
Construído para homenagear Jean-Marie Tjibaou, um líder
assassinado da cultura Kanak, o arquiteto utilizou estratégias eficientes de
construção sustentáveis para manter os pavilhões frescos e integrá-los à
natureza. A obra teve seu início em 1991 e foi terminada somente em 1998.
O Centro está localizado em uma faixa estreita de terra,
cercada por água. Dez pavilhões foram projetados inspirados nas formas das cabanas
tradicionais da cultura Kanak. As “cabanas”, que variam entre 20 e 28 metros,
foram assimetricamente situadas ao longo de um caminho principal.
Organizados em grupos de vilas temáticas, os pavilhões são
envoltos por vegetação, expressando a relação milenar dos Kanaks com a
natureza.
Os edifícios abrigam instalações culturais como galerias
para exposições, bibliotecas, auditórios, um anfiteatro e estúdios para
atividades tradicionais, de música, dança, pintura e escultura.
As cabanas foram feitas com a madeira iroko, tradicional da
região, combinadas com estrutura de aço e fechamentos em vidro. A arquitetura
respeita as construções tradicionais e utiliza métodos sofisticados de
engenharia. Este contraste é a expressão essencial do desafio do projeto: o de
prestar homenagem a uma cultura com suas tradições, sem cair em uma paródia do
mesmo.
Piano utilizou estratégias eficientes para manter os
pavilhões frescos. Cada pavilhão possui uma parede curva, que consiste de um
sistema de persianas móveis, uma parede de madeira laminada e uma parede
adicional de bambu, que filtra a luz. As persianas móveis são operáveis e
permitem que o vento entre e o ar quente escape.
Os pavilhões também possuem claraboias operáveis na
cobertura e uma tela de madeira laminada que facilita a ventilação natural,
permitindo que o vento, que é constante na região, empurre o ar quente de
dentro do edifício, para fora, melhorando assim a ventilação natural e
descartando a necessidade do uso de ar condicionado.
O centro também possui departamento administrativo e áreas
de pesquisa, que ficam alojados em uma segunda série de cabanas.
As informações
são do Renzo Piano Building Workshop.
Por Mayra Rosa
Fonte: CicloVivo