Na última quarta-feira (19), a
equipe do Aquário de Ubatuba viajou a São Sebastião, no litoral norte de São
Paulo, para buscar um juvenil de Pinguim-de-Magalhães, da espécie Spheniscus
magellanicus. O animal foi encontrado por um morador na Praia da Baleia, com
petróleo nas penas e foi resgatado hoje pela Polícia Ambiental. A equipe do
Aquário de Ubatuba realizou o primeiro atendimento e encaminhou o animal ao
Instituto Argonauta para receber tratamento.
“Este pinguim apresenta uma
mancha de petróleo que cobre 25% das penas, atingindo uma parte da peitoral,
pescoço e cabeça. A partir de agora, serão feitas análises para que seja
determinada a possível origem da substância envolvida e todo o procedimento
veterinário necessário, como exame de sangue, lavagem e terapia de suporte”,
afirma Hugo Gallo, oceanógrafo e diretor-executivo do Instituto Argonauta e do
Aquário de Ubatuba.
É o segundo pinguim encontrado no
litoral norte esta semana, o que reafirma a teoria de que o aparecimento destas
aves na costa brasileira nesta época do ano é bastante comum, pois todos os
anos esses animais se lançam ao mar em busca de alimento a partir da costa da
Patagônia, Argentina, Ilhas Malvinas e Uruguai e acabam se perdendo do grupo e
vindo parar nas praias. Muitos chegam debilitados e, por isso, são resgatados
pela equipe do Instituto Argonauta, uma ONG que realiza o trabalho de
cooperação para salvar animais marinhos desde 1998, com o apoio do Aquário de
Ubatuba e convênio com a Petrobras desde outubro de 2011.
Para quem encontrar um pinguim
pela praia, Hugo aconselha a “mantê-lo seco em caixa de papelão envolto em uma
toalha ou jornal e esperar o resgate especializado chegar”. Ao contrário do que
muitos imaginam, a espécie Pinguim-de-Magalhães não é polar e não está adaptada
à temperaturas mais baixas, portanto, “é extremamente importante o
acondicionamento correto do animal, devendo-se banir a hipótese de colocá-lo em
gelo”, afirma Hugo.
Na temporada de inverno do ano
passado foram plenamente recuperados 66 pinguins que foram soltos no mar, em
janeiro deste ano, em uma operação realizada pelo Instituto Argonauta com o
apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e da Marinha do
Brasil, que cedeu a embarcação Lancha Patrulha Marlim para o transporte.
Fonte: Ciclo Vivo