Uma horta de 4 mil m² foi
inaugurada no bairro Red Hook, em Nova York, na última semana. Mais cinco
iniciativas como esta estão previstas pelo Plano de Ação de Combate à Obesidade
da prefeitura da cidade, que conta com parcerias da comunidade local e de ONGs.
A ‘fazenda urbana’ fica na maior
habitação pública do distrito de Brooklin e, além de oferecer alimentação de
boa qualidade aos moradores, terá centro educativo para crianças e empregos
para 34 jovens, que serão responsáveis pela manutenção e venda da produção.
Assim, o programa tira jovens e
crianças das ruas, inserindo-os na sociedade por meio de educação ambiental,
melhor qualidade de vida, engajamento comunitário e profissionalização, o que
pode gerar futuros líderes de economia sustentável.
Ervas, tomates, morangos e couve
estão entre os alimentos orgânicos cultivados nessa área que, antes, era mal
aproveitada. Essa prática não é novidade na cidade – que possui outras 650
hortas comunitárias – mas a de Red Hook é a maior de Nova York.
Dados da prefeitura apontam que
34% dos adultos estão acima do peso, enquanto 22% são, efetivamente, obesos. As
crianças também não escapam da tendência: uma em cada cinco pode ser
considerada obesa. Segundo a responsável pela saúde da cidade, Linda I. Gibbs,
o aumento da obesidade está diretamente ligado à pobreza. As pessoas com menos
poder aquisitivo optam por alimentação industrializada e não priorizam a dieta
saudável rica em frutas, verduras e legumes.
O incentivo a agricultura urbana
é uma das 26 iniciativas previstas no Plano de Ação de Combate à Obesidade do
prefeito, Michael Bloomberg, que inclui expandir alimentação de qualidade às
escolas públicas e destaca entre seus objetivos:
- a redução da obesidade;
- a diminuição da desigualdade
entre os bairros;
- a melhoria da saúde pública e
- a criação de estratégias para
diminuir a perda de produtividade e o gasto com tratamentos de doenças.
Bloomberg já tomou outras medidas
de impacto para tentar diminuir o consumo de refrigerantes, banir cigarros em
parques públicos e encorajar o uso de bicicletas. Recentemente suas atenções
estão voltadas para a implementação da compostagem em Nova York, na qual
acredita. Especialistas garantem que o método é inviável na capital, devido à
verticalidade e à superpopulação.
As experiências de cidades
americanas como São Francisco e Seattle, que já utilizam o método para
descartar resíduos de maneira sustentável, animam o prefeito.
Experimentos recentes, realizados
com 3,5 mil famílias em Westerleight, no distrito de Staten Island em Nova
York, mostrou alto índice de adeptos. Por isso, a prefeitura está trabalhando
na para ampliar a coleta de restos de comida, reduzindo, assim, cerca de 10% do
desperdício ou 100 mil toneladas.
Inicialmente, a adesão deve ser
voluntária, mas poderá se tornar obrigatória de acordo com o resultado, como
acontece com a reciclagem de plástico, papel e metal: desde 1989, quem não
participa paga multa.
Além de incentivar a fertilização
natural do solo na cidade, a adoção dessa prática ajudará a incrementar a
transformação dos resíduos orgânicos em biogás e, posteriormente, em energia
elétrica. O que é muito bem vindo já que atualmente, Nova York gasta cerca de
100 milhões de dólares por ano para descartar resíduos residenciais,
normalmente levados para terras em Ohio, Pensilvânia e Carolina do Sul.
Tomara que os projetos de
Bloomberg tenham continuidade com seu sucessor: os experimentos terminam no
final do ano, assim como seu mandato.
Fonte: Exame.com