O Instituto Estadual do Ambiente
(Inea), divulgou na última quarta-feira (26), os terrenos no estado do Rio de
Janeiro que estão contaminados por substâncias químicas. Dos 160 terrenos
identificados pelo órgão, 53% estão contaminados com resíduos da atividade de
postos de gasolina e 41% de indústrias.
As atividades viação e aterros de
resíduos sólidos são responsáveis por 3% das contaminações, cada uma. A maior
parte está concentrada no entorno na Baía de Guanabara e na Baixada Fluminense.
Dessas áreas, 67 ainda estão sob investigação e 64 estão sob intervenção,
porque foi constatado risco à saúde humana. O restante está sendo monitorado
para ser reabilitado (14%) ou foi reabilitado (4%), após o perigo ter sido
eliminado e o local aprovado pelo Inea para reutilização.
De acordo com a presidenta do
Inea, Marilene Ramos, a Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense, é a região contaminada mais preocupante, onde moram cerca de duas
mil pessoas em contato com o pesticida BHC, conhecido como pó de broca. A
previsão anunciada no mês passado pela prefeitura é que os moradores serão
transferidos até 15 de julho para apartamentos do Programa Minha Casa, Minha
Vida.
“Grande parte do material
contaminado foi retirado, mas o local continua contaminado e depende do
Ministério da Saúde se ter uma solução para aquela área. Ali havia uma fábrica
de inseticida de propriedade do ministério que foi fechada e os resíduos
abandonados ali”, informou a presidenta do Inea.
A fábrica foi desativada em 1954
e o pó acabou sendo utilizado para pavimentar ruas e na agricultura. A
exposição ao pesticida pode causar doenças endócrinas, má-formação congênita,
abortamento espontâneo, doenças neurológicas e câncer.
As tabelas do documento
Gerenciamento de Áreas Contaminadas do Estado do Rio de Janeiro, uma para
postos de combustíveis e outra para indústrias, identificam o uso atual do solo
contaminado, localização, meio impactado (solo e água subterrânea), tipo de poluente,
entre outros detalhes.
A relação de terrenos afetados,
entretanto, não reflete a quantidade real de áreas contaminadas no Rio. A
presidenta do Inea explicou que existem muitas propriedades abandonadas ou
subutilizadas, cuja reutilização é dificultada pela presença real ou potencial
de substâncias perigosas, poluentes ou contaminantes.
“O cadastro será constantemente
atualizado à medida que os dados forem levantados e as informações estiverem
consistentes para serem publicadas no site”, informou ela.
A divulgação é uma exigência do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que publicou em 2009 a Resolução
420 que obriga os órgãos ambientais competentes a darem publicidade às
informações sobre áreas contaminadas e principais características.
Fonte: Ciclo Vivo