Produzido a partir de folhas de bagaço de cana, combustível
alternativo tem boas perspectivas
O investimento em energias renováveis é essencial para que
novas tecnologias que poluam menos o meio ambiente se desenvolvam e se tornem
disponíveis para a maior parte da população, principalmente em se tratando de
combustíveis para automóveis. Uma dessas novas alternativas promissoras, mas
pouco conhecidas, é o etanol celulósico.
Considerado um produto de segunda geração por ser obtido por
meio do aproveitamento da biomassa de cana-de-açúcar (que antes seria
desperdiçada), o etanol celulósico é produzido através da quebra das fibras
vegetais. Primeiro, realiza-se a quebra dos polissacarídeos em açúcares menores
em um processo conhecido como hidrólise. Em seguida, há a fermentação desses
açúcares, dando origem ao etanol.
As vantagens desse tipo de biocombustível começam na sua
produção. As folhas e bagaço da cana, que sobravam após a produção do etanol de
primeira geração, ainda continham energia que não era utilizada e geravam um
problema de resíduo. Com a criação dessa técnica, folhas e bagaço têm seu valor
reconhecido e não são mais desperdiçados. Como tais “resíduos” não servem para
serem utilizados na alimentação humana e nem de criação de animais, essa
produção não compete por terras que seriam usadas para plantação alimentícia.
Dependendo das tecnologias empregadas, o custo do etanol
celulósico pode ser menor que os da gasolina e do etanol proveniente do milho.
Além disso, há menor liberação de gases que contribuem para o efeito estufa, e
de matéria fina particulada, composto altamente tóxico ao ambiente.
A tecnologia usada para a produção do etanol celulósico no
Brasil ainda está passando por ajustes. Para um melhor rendimento da
matéria-prima, é preciso um pré-tratamento eficiente, além da escolha de
enzimas apropriadas para a hidrólise e de otimização e aperfeiçoamento das
técnicas de fermentação. A produção do etanol de segunda geração deve saltar de
22 bilhões de litros para até 68 bilhões, em 2020. Assim seria possível atender
à demanda da população brasileira, incentivando o uso de biocombustíveis ao
invés de combustíveis fósseis.
Para entender de forma didática o processo de obtenção do
etanol celulósico, clique aqui.
Fonte: eCycle