O estado do Rio de Janeiro espera
reduzir em 1,8 milhão de toneladas as emissões de gases do efeito estufa de
2014 a 2016, apenas com a ampliação e melhoria dos serviços de trens, metrô,
barcas e vias exclusivas para ônibus no Grande Rio. Segundo o secretário
estadual do Ambiente, Carlos Minc, a redução equivale a quase metade dos 3,8
milhões de toneladas que o governo fluminense comprometeu-se a deixar de emitir
no setor de transportes até 2030.
“Isso é muito importante para a
contribuição do Rio na redução das emissões que aumentam a temperatura do planeta.
Mas também tem um ganho muito importante na redução da poluição sonora e da
poluição do ar que acabam com os tímpanos e os pulmões da população. Os maiores
vilões das poluições do ar e sonora são os carros, ônibus e caminhões”, disse
Minc.
Estudo divulgado na última
quinta-feira (2) pela Secretaria Estadual do Ambiente mostra que a maior parte
da redução dos gases será obtida com a ampliação da oferta de trens e a
melhoria do serviço prometidos pela concessionária Supervia. Segundo a empresa
que administra o sistema de trens da região metropolitana do Rio, espera-se
ampliar de 400 mil para cerca de um milhão o número de passageiros atendidos
por dia, até 2016.
Caso a promessa da Supervia se
cumpra, a expectativa é de que cidadãos fluminenses deixem de usar 40 mil
carros e oito mil ônibus, o que fará com que deixem de ser emitidas 884 mil
toneladas de dióxido de carbono de 2014 a 2016.
O governo espera outra redução
importante com a implantação dos corredores exclusivos para ônibus na cidade,
os BRSs (faixas exclusivas para ônibus e táxis nas ruas da cidade) e BRTs (vias
exclusivas para ônibus articulados). Os veículos leves sobre trilhos (VLTs),
bondes que serão implantados no centro da cidade, também deverão contribuir.
Com esses sistemas, que permitem
aos ônibus circularem com mais rapidez e mais passageiros, espera-se reduzir em
504 mil toneladas as emissões de dióxido de carbono no período de três anos.
Cerca de 143 mil carros devem deixar de ser usados com os novos sistemas. Isso
também deve permitir uma reorganização da malha de ônibus urbanos do Grande
Rio, com a retirada de circulação de 1,8 mil coletivos.
A ampliação do metrô para mais
uma estação da zona norte, em 2014, e para outros bairros da zona sul e para a
Barra da Tijuca, em 2016, deverá tirar de circulação 88 mil carros e 2,8 mil
ônibus. Como consequência, a expectativa é que o Rio deixe de emitir mais 414
mil toneladas de gases do efeito estufa.
Segundo a Secretaria Estadual do
Ambiente, a ampliação do número de barcas na Baía de Guanabara também dará sua
contribuição, ainda que modesta, com 33 mil toneladas de dióxido de carbono
deixando de ser lançados na atmosfera. “Ainda acho que [a redução de 1,8 milhão
de toneladas] é pouco. Ainda estamos atrasados. Hoje o caos do trânsito que quebra
a qualidade de vida tem a ver com o número de carros e o número de ônibus”,
disse o secretário.
Fonte: Ciclo Vivo