Briófitas crescem em laboratório
após serem achadas
sob gelo (Foto: Courtesy of Catherine La Farge/PNAS)
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Plantas enterradas por uma
geleira durante a Pequena Idade do Gelo, há 400 anos, voltaram a ser
desenvolvidas na natureza e também em laboratório. O fenômeno ocorreu após a
pesquisadora Catherine La Farge e colegas da Universidade de Alberta, no
Canadá, descobrirem briófitas – espécimes primitivos sem flores, como os musgos
– após o derretimento e recuo da Geleira Teardrop, localizada na Ilha de
Ellesmere, no Ártico Canadense.
Os resultados do estudo sugerem
que esse grupo de plantas, que pertencem às primeiras linhagens a surgir na
Terra, pode ser muito mais resistente do que se pensava e, provavelmente,
contribuiu para o estabelecimento, a colonização e a manutenção dos
ecossistemas polares.
O trabalho foi publicado na
edição desta segunda-feira (27) da revista americana "Proceedings of the
National Academy of Sciences" (PNAS) e, segundo os autores, a estrutura
das plantas foi tão bem preservada pela geleira, que algumas delas deram sinais
de rebrotamento, com novos caules ou ramos laterais verdes. Isso ocorreu,
inclusive, com espécimes descobertos menos de um ano antes da germinação.
Para confirmar a data em que as
briófitas foram soterradas, os pesquisadores usaram datação por carbono 14. A
Pequena Idade do Gelo ocorreu entre 1.550 e 1.850 d.C.
A equipe também levou fragmentos
das plantas para o laboratório e os cultivou, para ver a capacidade de
crescimento. Ao todo, foram desenvolvidas 11 culturas de sete espécimes
diferentes, que pertencem a quatro grupos de classificação biológica.
Fonte: Globo.com