sexta-feira, 3 de maio de 2013

Eutrofização prejudica biodiversidade e o uso humano da água



Processo multiplica quantidade de água em lagos e represas, dificultando a passagem de luz e a dissolução de oxigênio

Você já ouviu falar em eutrofização? Trata-se de um processo de multiplicação de algas, comum em corpos d'água sem tanta movimentação, como lagos e represas. Apesar de significar grande quantidade de matéria orgânica presente na água, ela pode trazer diversos malefícios ao homem e à própria natureza. Mas por que?

A grande disponibilidade de nitrogênio (N) e fósforo (P) na água de lagos, represas ou lagoas fornece um ambiente totalmente favorável à grande e rápida multiplicação de algas. Quando o nível de eutrofização da água aumenta de tempos em tempos (em um intervalo grande de tempo), é considerado um processo natural. Mas quando ocorre em um período curto, cientistas consideram que se trata de uma causa antrópica, ou seja, ocorrida por influência humana.

De onde vem?

De acordo com um estudo, a oferta do nitrogênio e fósforo acontece de diversos modos. Pode ser originada de esgotos domésticos, onde os nutrientes são encontrados nas fezes, urinas, restos de alimentos e detergentes. Pode vir também de efluentes industriais não tratados. Nas plantações, os agrotóxicos usados são ricos em nitrogênio e fósforo e fornecem mais nutrientes do que as plantas conseguem absorver - o excesso deles acaba sendo levado até o corpo d’água mais próximo, através do escoamento da água de irrigação ou contaminação de lençol freático. A pecuária também contribui com despejo de água contaminada com fezes e urina de animais e outros dejetos.

Consequências

A enorme população de algas cria uma cortina verde na superfície do corpo d’água, impedindo a passagem da luz. Assim, as plantas que ficam no fundo não conseguem fazer fotossíntese e o nível de oxigênio dissolvido torna-se cada vez menor, causando a morte de muitos organismos, como peixes, por exemplo. O processo de decomposição dos organismos também utiliza oxigênio. Então, quando essa quantidade de oxigênio dissolvido não consegue mais ser medida, é considerado que o lago ou lagoa chegou ao estado de anóxia.

Além da diminuição do número e biodiversidade de organismos, a eutrofização excessiva também é responsável pela redução da transparência, alteração na cor e odor da água, produção de mau odor e substâncias tóxicas por parte de algumas algas e incapacidade do uso da água para fins de consumo, recreação, turismo, paisagismo, irrigação e hidrelétrico.

Controle

Para controlar a eutrofização podem ser usadas técnicas preventivas ou corretivas. As preventivas se baseiam em diminuir o fornecimento dos nutrientes para o lago por uma fonte externa, controlando o esgoto urbano, tratando os efluentes industriais e diminuindo o uso de agrotóxico. Já as corretivas, atuam sobre o corpo d’água já eutrofizado, como uso de reagentes para diminuir a disponibilidade de P e colheita das algas da superfície.

Uma das formas de não contribuir para a eutrofização dos lagos e lagoas é se alimentar por meio de comida orgânica, que não é tratada com fertilizantes, sendo também mais saudável. Preocupe-se também em saber se o esgoto de seu bairro ou cidade é tratado e reivindique essa medida ao poder público.

Fonte: eCycle
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário