quinta-feira, 4 de abril de 2013

A hora e a vez da hidrovia


Além da rotina das grandes cidades estranguladas, já não somente nas horas do pique, por carros andando lentamente, e milhares estacionados nas ruas, o país vive agora o caos dos caminhões enfileirados por quilômetros a caminho dos portos marítimos.

E a tendência é que esse status quo só piore com o tempo. Continuam as isenções de impostos para veículos que vão se somar aos outros milhões que atravancam rodovias e estradas municipais.

Ninguém parece perceber que a crise se acentua. A cada ameaça de retirar as isenções para a compra de carros são brandidos os argumentos de empregos a conservar. E o governo cede.

Neste cenário parece promissor o anúncio de "pacotes" de incentivo à melhoria dos portos e à revitalização das hidrovias. Um especialista lembrou, em um recente evento destinado a mostrar o projeto da Hidrovia Brasil-Uruguai, realizado em Porto Alegre, que não existe bandeira brasileira tremulando em navios nos mares do mundo.

Isto significa que o Brasil abdicou de uma alternativa de transporte que deveria ser sua vocação natural. Talvez nenhum país do mundo tenha costa marítima tão longa quanto o Brasil. Em vez de uma potência na navegação aqui reina absoluto o automóvel. Em lugar de uma barcação carregando containers preferimos 100 caminhões na estrada.

Nunca se sabe o resultado de um projeto quando ele começa a ser feito. E nem se serão duradouras as intenções de incentivar o transporte hidroviário. Mas é chegada a hora da hidrovia. Ou vamos continuar pagando cada vez mais caro pelo privilégio egoísta de ter um carro estacionado em frente à nossa ou nosso emprego.


Fonte: Revista TAE
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