Hábitos de consumo dos paulistanos geram uma pegada ecológica que é quase o dobro da média da população brasileira
Viver na capital de São Paulo não
sai barato para o bolso de ninguém – e nem para a saúde do Planeta. A
constatação é de um estudo divulgado pela WWF-Brasil na Rio+20, que mensurou a
pegada ecológica dos paulistanos e dos paulistas.
O levantamento mostra que se os 7
bilhões de habitantes do mundo consumissem como os moradores da região
metropolitana de São Paulo, com seus 38 municípios, precisaríamos de até duas
Terras para nos saciar, ao passo que se seguíssemos o estilo de vida e padrões
de consumo de um habitante da capital, a maior cidade da América Latina, seriam
precisos quase 2,5 planetas por ano para atender à demanda.
A Pegada Ecológica é uma
metodologia que avalia a pressão dos hábitos de consumo das populações humanas
sobre o meio ambiente. Ela é expressa em hectares globais (gha) e permite
comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da
capacidade ecológica do planeta de suprir as demandas e se regenerar de forma
sustentável - ou seja, sem que isso seja feito a custa do esgotamento dos
recursos naturais.
De acordo com estudo, a pegada
ecológica média do estado de São Paulo é de 3,52 hectares globais per capta
(gha/cap) e da capital de 4,38 gha/cap. Mais, os hábitos de consumo dos paulistanos
geram uma pegada ecológica que é quase o dobro da média da população
brasileira, de 2,8.
Ela também é superior à pegada
ecológica mundial, em média de 2,7 hectares – o que já excede em 50% a
capacidade de regeneração do planeta: hoje, a humanidade já consome um planeta
e meio por ano.
Alimentação é o tipo de consumo que mais pesa
O estudo também analisou a pegada
por classes de consumo. O item que mais pesou nessa composição foi o de
alimentos, responsável por quase metade da Pegada Ecológica do paulistano e por
38% da pegada do paulista. A dieta rica em carnes, especialmente as de origem
bovinas, ajudam a elevar essa média.
Bens de consumo como vestuários,
mobílias e artigos para o lar, livros, entre outros representam 20% da pegada
ecológica do paulista e 21% da do paulistano. Já o transporte contribui com 14%
da média na cidade de SP e 10% da região metropolitana. Trata-se afinal de uma
classe de uso intenso de recursos (combustíveis) e que exigem áreas para
absorção das emissões de gases de efeito estufa.
Serviços, por sua vez,
corresponde a 6% da pegada ecológica do paulista e 5% da um paulistano em média
– respectivamente, 46% e 58% maiores que a pegada ecológica em serviços do
brasileiro médio.
Fonte: Exame.com