Os aterros sanitários brasileiros têm capacidade para gerar
280 megawatts de energia limpa a partir do aproveitamento do metano. | Foto:
Prefeitura de Sete Lagoas/Flickr
Um grande potencial energético pode ser encontrado no lixo.
Somente os aterros sanitários brasileiros têm capacidade para gerar 280
megawatts de energia limpa a partir do aproveitamento do metano, gás expelido
durante o processo de decomposição do lixo.
Conforme informações divulgadas no “Atlas Brasileiro de
Emissões de GEE e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos”,
lançado na última quinta-feira (28 de Fevereiro) pela Abrelpe (Associação Brasileira das
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a eletricidade proveniente
dos aterros brasileiros seria capaz de fornecer energia para 1,5 milhão de
pessoas.
O sistema de aproveitamento do biogás para fins energéticos
já é aplicada no Brasil, mas o processo abrange uma quantidade ainda muito
pequena dos aterros que estão espalhados pelo país. Para que este potencial
seja realmente aproveitado é preciso contar com investimento médio de R$ 1
bilhão, conforme informado por Carlos Silva Filho, diretor executivo da
Abrelpe.
O documento produzido pela organização em parceria com
instituições internacionais tem como intuito direcionar o Brasil para novos
ramos de investimentos em energia renovável. O diretor ainda explicou que a
proposta é estimular a produção de energia através do biogás da mesma forma que
acontece com os incentivos à energia eólica, por exemplo.
A prova de que o Brasil é um país com grande potencial neste
segmento é quantidade de lixo gerada anualmente. Em 2011, a Abrelpe identificou
uma produção diária de 198 mil toneladas de resíduos descartados. No entanto,
11% desta produção não foram ao menos coletadas e outros 41% tiveram destinação
inadequada.
Um questionamento comum quando se fala em produção
energética a partir do lixo é se ela é conflitante com a reciclagem. Esse não é
um problema que deve impedir os investimentos em biogás, pois a eficiência da
produção e da decomposição aumenta conforme aumenta-se também a quantidade de
resíduos orgânicos. Desta forma, o ideal para manter uma produção em alto nível
é que os materiais recicláveis sejam previamente separados e destinados à
reciclagem antes de irem para os lixões ou aterros sanitários.
Fonte: CicloVivo