Elas são flutuantes e permitem um melhor acesso à energia,
água e o descarte dos resíduos de maneira sustentável. | Imagem: Divulgação
Makoko é uma comunidade litorânea localizada na cidade de
Lagos, Nigéria. A população local vive, em sua maioria, em palafitas
improvisadas. Mas, no que depender do arquiteto Kunle Adeyemi esta situação
está com os dias contados.
Apesar de ter nascido em Makoko, Adeyemi vive hoje na
Holanda. Em uma de suas viagens à terra natal ele decidiu que teria que ajudar
o seu povo de alguma forma e, já que a moradia é um dos principais problemas da
região, foi este o foco de suas atenções.
Se dependesse das autoridades locais, as palafitas já teriam
sido exterminadas, mas o arquiteto pretende transformar estas construções para
proporcionar melhores condições de vida. As estruturas criadas por ele não
teriam os tradicionais apoios de madeira, elas são flutuantes e permitem um
melhor acesso à energia, água e o descarte dos resíduos de maneira sustentável.
O primeiro projeto de Adeyemi é uma escola flutuante com
três andares. São dez metros de altura, construídos sobre uma base de 32 metros
quadrados. A plataforma está edificada sobre 256 tambores plásticos
reutilizados, que garantem a flutuação. O corpo da estrutura é feito em madeira
produzida localmente. De acordo com o arquiteto, esta construção é mais barata
do que construir em terra.
Cada escola é capaz de receber até cem alunos, com idades
que variam de quatro a 12 anos. Elas são equipadas com painéis solares, sistema
de captação da água da chuva e a escola também possui seu próprio banheiro,
algo bastante incomum na região.
Em declaração ao site de design, Co.Exist, Adeyemi explica
que a estrutura é muito estável e que as crianças de Makoko não veem problema
algum em ir de barco à escola. Segundo ele, “as crianças adoram” a experiência.
Além de ser uma solução, esta também é uma oportunidade para debater
questionamentos sobre os problemas enfrentados pelos africanos que moram em
áreas costeiras.
“Há estratégias urbanas para lidar com as subidas do nível
do mar. Existem zonas propensas a inundações, mas que ainda assim podem ser
urbanizadas. Esperamos ser um catalisador e que muitas outras pessoas resolvam
adotar sistemas semelhantes para enfrentar a mudança no clima e inundações”,
finalizou Adeyemi.
Com informações do Co.Exist.
Fonte: CicloVivo