No sábado, 2 de fevereiro,
centenas de pessoas ocuparão as águas das cidades brasileiras para fazer
pedidos, agradecer e homenagear a chamada Rainha dos Mares, Iemanjá. No
entanto, a beleza singular das manifestações de fé ao longo do dia costuma ser
transformada em muita sujeira, causada pelas oferendas “rejeitadas” pelo orixá.
O que ocorre é que mesmo os
presentes aceitos por Iemanjá poluem o ambiente marinho, levando centenas ou
até milhares de anos para se decompor no ambiente. Isso quando não são
confundidos com alimento pelos peixes, aves marinhas, baleias e tartarugas,
seres mais "propensos" à ingestão desses resíduos.
A Rainha dos Mares adora
presentes, mas com certeza não gosta de oferendas que deixam sua casa suja e
poluída – afinal ela é a protetora das águas. "Evite qualquer objeto que
não seja orgânico. Com certeza, esse tipo de postura agrada muito mais a Iemanjá",
afirma o biólogo marinho Clarêncio Baracho.
Portanto, aproveite para rever os
métodos de sua tradição e fazer uma oferenda sustentável a Iemanjá.
Oferendas
Quem quiser, mesmo assim, fazer
uma oferenda “completa”, o Terreiro Ilê Òsùmàrè dá a dica: No lugar dos
alguidares (recipientes feitos de argila) ou terrinas de louça, utilize Ewé
Lará (Folhas de Mamona) ou Ewé Agba (Folhas de Embaúba). Líquidos podem ser
colocados em Ado (pequenas cabaças), em vez de garrafas ou copos de
vidro/plástico.
“Somos Àbòrìsà (adoradores de
Òrìsà), por consequência, adoradores da natureza, dessa forma, é inadmissível
imaginar que alguém que adora e venera a natureza, possa igualmente agredi-la
de forma tão agressiva”, explicam os religiosos.
Vale lembrar que os adeptos do
candomblé costumam, horas antes de entregar os presentes à Iemanjá, fazê-lo
também para o orixá Oxum, Rainha da Água Doce (o que inclui cachoeiras, lagoas
e rios). Em Salvador, por exemplo, o ritual é realizado no Dique do Tororó,
antes de os devotos partirem rumo a praia do Rio Vermelho. Portanto, o mesmo
cuidado com o meio ambiente é válido nesse caso.
Fonte: Ecodesenvolvimento.com