O Greenpeace tem pressionado as
grandes marcas da moda que utilizam produtos tóxicos na produção de suas
roupas. Algumas grifes já se comprometerem a eliminar tais substâncias, porém a
ONG ambiental afirma que a maioria continua a poluir as águas e a usar o couro
vindo de áreas desmatadas ilegalmente.
Para estimular mudanças mais
efetivas, o Greenpeace Itália desafiou-as a adotarem práticas sustentáveis e
criou o ranking “Duelo da Moda” avaliando 15 marcas de luxo de acordo com três
questões: couro, embalagem e têxtil.
Em cada um desses itens, as
marcas receberam uma avaliação com base em um questionário respondido pelas
próprias empresas. “A indústria têxtil é uma das principais fontes de poluição
da água em países como China e México. Além disso, florestas de valor
insubstituível estão sendo transformadas em embalagens descartáveis ??e
produtos de consumo, enquanto que, na floresta amazônica, grandes áreas são
destruídas para dar lugar ao gado, utilizado posteriormente para a produção de
sapatos, bolsas e cintos”, alerta o Greenpeace.
Até o momento, a grife italiana
Valentino é a mais exemplar, pois se comprometeu a eliminar todos os
lançamentos de produtos químicos tóxicos e a adotar o desmatamento zero em toda
a sua cadeia de fornecimento. Já Prada, Chanel, Hermès e Dolce & Gabbana
aparecem em último lugar por não tomarem qualquer decisão sobre melhorias em
suas políticas ambientais.
“As marcas que falharam na
classificação, como a Louis Vuitton, são tendências globais da moda, mas elas
também têm agora uma oportunidade para se tornarem líderes ambientais. Elas
devem tomar medidas para eliminar a liberação de substâncias químicas perigosas
e colocar em prática medidas concretas para evitar a contaminação da cadeia de
fornecimento com a destruição florestal”, disse Chiara Campione, do Greenpeace
Itália.
A campanha Detox do Greenpeace
foi lançada em 2011. Desde então, importantes marcas de luxo do mundo já se
comprometeram a eliminar todos os lançamentos de produtos químicos perigosos.
“Se essas grandes empresas, e hoje a Valentino, deram o primeiro passo, por que
deveríamos esperar menos de todas as outras marcas da moda?”, questiona Chiara.
De acordo com a ONG, a ideia do
ranking é trazer mais transparência aos consumidores, para que saibam a
procedência do que estão vestindo. Por isso, o Greenpeace pede a quem apoia a
campanha para cobrar a indústria da moda a limpar seus produtos e se
comprometer com o Desmatamento Zero e com políticas de produção sem descargas
tóxicas.
Fonte: Ciclo Vivo