Torres gêmeas verdes:
o Bosco Verticale une sustentabilidade e paisagismo
Fotos: Divulgação
O que Buenos Aires, capital da Argentina, e Milão, um dos
principais centros urbanos da Itália, têm em comum? À primeira vista, pode ser
difícil encontrar as semelhanças entres essas duas metrópoles, mas basta uma
olhada mais atenta nos edifícios dessas cidades para verificar que elas apostam
na mesma tendência: o verde.
Enquanto Milão entra em contagem regressiva para ser a sede
do maior jardim vertical do mundo, o Bosco Verticale, os gestores de Buenos
Aires, para estimular ainda mais o verde predial, aprovaram uma redução de
impostos para os edifícios que possuírem jardins no telhado.
Los Hermanos
A redução para edifícios com telhados verdes de até 20% da
ALB (o que equivale ao nosso IPTU) vai ao encontro do fortalecimento de uma
tradição da cidade. Além dos edifícios que já contam com o terraço verde, como
a escola municipal French y Beruti, Buenos Aires já é uma metrópole conhecida
por seus parques, datados desde o século 19, e pela preservação de áreas verdes
entre os prédios.
A cidade ainda possui um programa como o ProHuerta, que
estimula a criação de hortas nos terraços em diversos estabelecimentos desde
1990. Mas, ainda assim, o governo não está satisfeito.
A implantação dos jardins nos telhados já está prevista em
seis escolas em construção e no Teatro San Martín, que será reformado aos 50
anos.
O próximo passo prometido pelo governo portenho é exigir que
os novos edifícios já sejam erguidos com os jardins no telhado. “Quanto maior o
numero de construções, maior a necessidade (de áreas verdes) para vivermos
melhor”, afirmou à BBC, o secretário de Desenvolvimento Urbano da capital
argentina, Daniel Chain.
Alta floresta
Uma das cidades europeias com alto índice de poluição, Milão
vê os jardins verticais como promessa para melhorar a qualidade do ar, além de
ser uma tendência paisagística. Sede do maior jardim vertical do mundo atual,
segundo os próprios organizadores, os 1.263 metros de fachada do shopping Il
Fiordaliso, os arquitetos italianos planejam algo ainda maior: o Bosco
Verticale, algo como as torres gêmeas verdes.
Trata-se de uma grande "floresta", plantada na
fachada de dois arranha-céus com 367 metros de altura. Além de solução
paisagística, a vegetação ajuda a capturar o CO2 e a poeira no ar, reduzindo
assim a necessidade de aquecer e resfriar mecanicamente os apartamentos.
As duas torres juntas têm a capacidade de armazenar 480
árvores de grande porte e médio porte, 250 de pequeno porte, além de 5 mil
arbustos - o que equivale a 2,5 hectares de floresta. A vegetação abrigará um
novo "ecossistema urbano", capaz de suportar a presença de pássaros e
insetos.
O empreendimento deve ficar pronto até o final do ano.
Bem que esse tipo de ideia poderia ser mais difundida no
Brasil, não é mesmo?
Fonte: EcoDesenvolvimento