segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Emergência sanitária


Autor(es): Dante Ragazzi Pauli
O Globo - 24/02/2013

Este ano será, sem dúvida, crucial para o saneamento ambiental brasileiro. Será o ano em que a expansão dos serviços de água, esgoto, coleta de lixo e drenagem estará, obrigatoriamente, na pauta de todos os prefeitos recém-eleitos ou reeleitos. Então, o momento não poderia ser mais oportuno para a elaboração dos planos municipais que a universalização dos serviços de saneamento requer.

Em reunião com novos prefeitos e prefeitas, no início do ano, em Brasília, o Governo Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, anunciou a disponibilidade de recursos da ordem de R$ 31 bi para a segunda fase do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC 2, sendo R$ 12 bi para obras de saneamento.

É sabido que um grande número de municípios brasileiros não dispõe de recursos financeiros para ampliar sua rede básica de saneamento, estando, irremediavelmente, dependentes de verbas federais para isso. Ocorre que, para pleitear qualquer centavo de financiamento do Governo Federal, o município terá que apresentar o seu plano de saneamento. E o prazo para isso expira no fim deste ano.

Um dos obstáculos apresentados pelos gestores municipais à confecção dos planos de saneamento é a qualificação da mão de obra para a sua elaboração e execução. No entanto, como profissional do setor e presidente de uma das organizações não governamentais mais antigas e atuantes do saneamento ambiental brasileiro, me permito lembrar aos prefeitos que há em todo o Brasil entidades aptas a promover a capacitação desses profissionais.

Assim, parcerias dessas entidades com o Governo Federal, estados e municípios, com definição clara de escopos, recursos humanos e financeiros envolvidos, critérios e metas para avaliar desempenho, devem ser encaradas como uma real oportunidade para melhorar os índices de cobertura por serviços de distribuição de água, coleta de esgotos e tratamento, resíduos sólidos e gestão dos sistemas de drenagem urbana.

Nossos indicadores ainda estão muito aquém do que se deseja para que nossa população viva com dignidade. Por exemplo, a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo IBGE, mostrou que apenas a Região Sudeste registrava uma elevada presença de municípios com rede coletora de esgoto (95,1%).

Em todas as demais, menos da metade dos municípios a possuíam, sendo a maior proporção observada na Região Nordeste (45,7%), seguida pelas Regiões Sul (39,7%), Centro-Oeste (28,3%) e Norte (13,4%).

E apenas 28,5% dos municípios brasileiros promoveram algum tratamento de seu esgoto, o que impacta muito negativamente na qualidade de nossos recursos hídricos.

Mesmo na Região Sudeste, menos da metade dos municípios que possuíam coleta de esgoto (48,4%) o trataram.

Saneamento ambiental é uma das importantes medidas da medicina preventiva.

Fonte: planejamento.gov.br

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