terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bolsa térmica ajuda famílias africanas a cozinhar com menos combustível



Na África do Sul, fogões elétricos acionados pela queima da madeira e parafina são os mais populares, especialmente entre as famílias de baixa renda. O problema, segundo alguns especialistas, é que além de sugarem até um terço da renda dessas pessoas, esses modelos de fogão liberam muita fumaça e causam graves danos à saúde.

Ao pensar nisso a empresária sul-africana Sarah Collins criou, em 2011, a Wonderbag, um utensílio de cozinha alternativo que reduz o consumo dos fogões, a geração de fumaça e os riscos de acidentes domésticos.

Segundo a fabricante, a bolsa pode reduzir o consumo de combustível em até 30%. A Wonderbag funciona da seguinte forma: a panela com o alimento deve ser levada ao fogão, fervida e logo em seguida colocada dentro da sacola, com a tampa fechada. O revestimento de poliestireno reciclado presente dentro da bolsa cria um isolamento térmico e permite o cozimento do alimento por até 12 horas sem o uso de nenhuma outra fonte de calor.

  
Com isso é possível reduzir o gasto de combustível do fogão, as emissões de gases do efeito estufa, o risco de doenças respiratórias causadas pela inalação da fumaça liberada pela queima do combustível e de acidentes na cozinha. Além disso, a bolsa ajuda a economizar água e comida, já que diminui o nível de evaporação e o risco de queimar o alimento.

Negócio de sucesso

Desde a sua criação a Wonderbag já distribuiu mais de 600 mil unidades do produto em toda a África do Sul, melhorando a qualidade de vida de dois milhões de pessoas e reduzindo as emissões de CO2 em 250 mil toneladas a cada ano. Recentemente, a empresa firmou uma meta de entregar um milhão de sacolas em todo o mundo nos próximos cinco anos.

Para Sarah, atingir esse objetivo representará um grande impacto na economia, na geração de empregos e no meio ambiente. “Somente em um ano, o impacto de distribuir 100 milhões de Wonderbags pelo mundo poderá salvar 170 milhões de árvores, 15,6 bilhões de litros de água, criar cerca de 100 mil novos empregos e gerar US$3,6 bilhões em renda”, frisou.


Segundo a empresária, o projeto atinge diversos problemas presentes nos países em desenvolvimento, como educação, saúde e economia de água. “Ao mesmo tempo, o modelo de negócio oferece uma solução de Responsabilidade Social Empresarial atraente para grandes corporações globais, permitindo-lhes reduzir significativamente suas emissões de carbono”, completa.

O destaque da iniciativa chamou a atenção da Unilever, que se comprometeu a distribuir cinco milhões de bolsas nos próximos cinco anos, o que deverá economizar cerca de oito milhões de toneladas de carbono. O projeto também foi destaque na revista Ventures África, que reconheceu a Wonderbag como uma das empresas mais inovadoras do país.



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