Na África do Sul, fogões elétricos acionados pela queima da
madeira e parafina são os mais populares, especialmente entre as famílias de
baixa renda. O problema, segundo alguns especialistas, é que além de sugarem
até um terço da renda dessas pessoas, esses modelos de fogão liberam muita
fumaça e causam graves danos à saúde.
Ao pensar nisso a empresária sul-africana Sarah Collins
criou, em 2011, a Wonderbag, um utensílio de cozinha alternativo que reduz o
consumo dos fogões, a geração de fumaça e os riscos de acidentes domésticos.
Segundo a fabricante, a bolsa pode reduzir o consumo de
combustível em até 30%. A Wonderbag funciona da seguinte forma: a panela com o
alimento deve ser levada ao fogão, fervida e logo em seguida colocada dentro da
sacola, com a tampa fechada. O revestimento de poliestireno reciclado presente
dentro da bolsa cria um isolamento térmico e permite o cozimento do alimento
por até 12 horas sem o uso de nenhuma outra fonte de calor.
Com isso é possível reduzir o gasto de combustível do fogão,
as emissões de gases do efeito estufa, o risco de doenças respiratórias
causadas pela inalação da fumaça liberada pela queima do combustível e de
acidentes na cozinha. Além disso, a bolsa ajuda a economizar água e comida, já
que diminui o nível de evaporação e o risco de queimar o alimento.
Negócio de sucesso
Desde a sua criação a Wonderbag já distribuiu mais de 600
mil unidades do produto em toda a África do Sul, melhorando a qualidade de vida
de dois milhões de pessoas e reduzindo as emissões de CO2 em 250 mil toneladas
a cada ano. Recentemente, a empresa firmou uma meta de entregar um milhão de
sacolas em todo o mundo nos próximos cinco anos.
Para Sarah, atingir esse objetivo representará um grande
impacto na economia, na geração de empregos e no meio ambiente. “Somente em um
ano, o impacto de distribuir 100 milhões de Wonderbags pelo mundo poderá salvar
170 milhões de árvores, 15,6 bilhões de litros de água, criar cerca de 100 mil
novos empregos e gerar US$3,6 bilhões em renda”, frisou.
Segundo a empresária, o projeto atinge diversos problemas
presentes nos países em desenvolvimento, como educação, saúde e economia de
água. “Ao mesmo tempo, o modelo de negócio oferece uma solução de
Responsabilidade Social Empresarial atraente para grandes corporações globais,
permitindo-lhes reduzir significativamente suas emissões de carbono”, completa.
O destaque da iniciativa chamou a atenção da Unilever, que
se comprometeu a distribuir cinco milhões de bolsas nos próximos cinco anos, o
que deverá economizar cerca de oito milhões de toneladas de carbono. O projeto
também foi destaque na revista Ventures África, que reconheceu a Wonderbag como
uma das empresas mais inovadoras do país.
Fonte: EcoDesenvolvimento