O Greenpeace Itália classificou 15 marcas italianas e
francesas de alta-costura com base em uma pesquisa sobre três seções das
cadeias de fornecimento global das grifes: couro, papel e celulose, e poluição
tóxica da água.
Valentino, um exemplo
Em sua nova ofensiva pela sustentabilidade no mundo da moda,
o grupo ambientalista Greenpece listou o desempenho das grifes de luxo nessa
seara. Quinze marcas da alta-costura foram convidadas a responder o
questionário da ONG, com 25 tópicos que giram em torno de três seções: política
de compra de couro (se é proveniente de criações de gado ligada ao desmatamento
de florestas); a origem da celulose usada para fazer embalagens de papel (se
também ocasionou a derrubada ilegal de árvores) e, por fim, a qualidade da
produção têxtil.
Nesse último item, avalia-se, por exemplo, o uso de produtos
químicos perigosos que possam comprometer os recursos hídricos. Quem lidera o
ranking, apresentando um desempenho “bom” é a grife italiana Valentino. De
acordo com o Greenpeace, a marca é transparente sobre seu compromisso com a
implementação de políticas de desmatamento zero para o couro e embalagens e
procura reduzir ao máximo o impacto ambiental da produção de tecidos.
Armani
Segunda colocada no ranking, a Armani respondeu apenas
parcialmente e com um baixo grau de transparência o questionário, segundo o
Greenpeace. Embora demonstre comprometimento com a compra responsável de couro
e da celulose para fabricação de embalagens, a marca não se posiciona a
respeito do uso de produtos químicos nas suas roupas que possam contaminar
recursos hídricos ao fim do seu ciclo de vida.
Dior
Em resposta ao questionário do Greenpeace, a Christian Dior
afirma que tem políticas de desmatamento zero em vigor com relação ao couro e à
celulose. Apesar disso, a Ong ambientalista diz que a empresa ainda usa
produtos químicos perigosos na confecção dos tecidos.
Gucci
A italiana Gucci também está comprometida com políticas que
garantam a sustentabilidade de suas matérias-primas. Para alcançar um
desempenho mais exemplar, no entanto, a marca precisa abraçar metas de
desintoxicação do processo têxtil.
Louis Vuitton
A Louis Vuitton afirma ter políticas de desmatamento zero
com relação à origem do couro e à compra de celulose. Mas, segundo o
Greenpeace, a holding deixa a desejar nas metas de desintoxicação da produção
têxtil.
Ermenegildo Zegna
A marca de luxo italiana Ermenegildo Zegna é outra de
desempenho mediano quando o assunto é meio ambiente, na avaliação do
Greenpeace. A principal crítica feita pela Ong é a de que a grife ainda não se
juntou à campanha de desintoxicação do Greenpeace, a Detox.
Versace
A grife de alta-costura comandada por Donatella Versace se
empenha em garantir a sustentabilidade da origem do papel que usa em suas
embalagens e também do couro. Entretanto, segundo a Ong, a marca ainda não
aceitou um compromisso vinculativo para colocar em prática a política de
desmatamento zero e o programa Detox.
Salvatore Ferragamo
Famosa por suas bolsas e sapatos ostentados por beldades
como Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Claudia Schiffer, a grife italiana
Salvatore Ferragamo não convence quando o assunto é meio ambiente. Segundo o
Greenpeace, apesar da marca demonstrar preocupação com a origem do papel de
suas embalagens, ela ainda carece de um compromisso vinculativo pelo
Desmatamento Zero e pela eliminação de produtos químicos perigosos na confecção
dos tecidos.
Roberto Cavalli
De acordo com o Greenpeace, a grife de alta-costura Roberto
Cavalli não forneceu respostas concretas para a pesquisa, tampouco assinou
compromissos de desmatamento zero. De acordo com a Ong, “não há garantia de que
a empresa possui políticas que asseguram o respeito às florestas e aos recursos
hídricos”.
Alberta Ferretti
A lista de marcas reprovadas pelo Greenpeace começa com
Alberta Ferretti. Especializada em roupas da moda feminina, a grife não
respondeu ao questionário da Ong,"recusando-se a compartilhar” informações
sobre sua política de compra de couro e celulose e uso de produtos tóxicas na
produção têxtil.
Chanel
Por não tomar qualquer decisão sobre melhorias em suas
políticas ambientais, a Chanel também aparece entre os últimos colocados no
ranking. Segundo o Greenpeace, a marca não respondeu a pesquisa sobre suas
práticas de negócios.
Dolce & Gabbana
Outra grife de alta-costura criticada foi a Dolce &
Gabbana. Segundo o Greenpeace, a marca "não respondeu" ao questionário,
o que, segundo a Ong, demonstra falta de transparência com os consumidores
sobre sua política ambiental.
Hermès
Conhecida pela elegância e sobriedade de suas coleções, a
grife francesa é outra que decepciona no ranking de moda verde. De acordo com o
Greenpeace, a marca não respondeu a nenhum dos questionários sobre a política
ambiental da sua produção.
Prada
Símbolo de luxo e status, a grife italiana Prada está longe
de ser considerada ecofriendly, segundo a Ong ambientalista. Como suas
antecessoras no ranking, a marca não respondeu ao questionário sobre política
ambiental.
Trussardi
Fechando a lista de grifes de alta-costura menos verdes,
aparece mais uma italiana, a Trussardi. O mau desempenho deve-se à recusa da
marca em responder o questionário de política ambiental, o que, segundo o
Greenpeace, demonstra falta de compromisso e transparência com os consumidores.
Fonte: Exame