À longa lista de fatores que
prejudicam a capacidade de trabalho de uma pessoa, que vai de problemas de
saúde a um simples desânimo, adicione mais um: o “estresse térmico”. Um estudo
publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da
temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%.
Se sair de casa nos meses mais
quentes e abafados do ano já é difícil, para quem trabalha longe do ar
condicionado a realização das tarefas pode ser ainda mais estressante. Segundo
os cientistas, o verão, marcado por picos no termômetro, é o período onde a
queda é mais pronunciada, especialmente em países localizados em zonas tropicais.
Quem mais sofre são os
trabalhadores de indústrias pesadas, construção civil, exército, agricultura e
de regiões diretamente afetadas por eventos naturais extremos. Elaborada por um
grupo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em
inglês), a pesquisa indica como zonas vulneráveis a região da Península
Arábica, o Sudeste da Ásia, além do Norte da Austrália e o subcontinente
indiano.
A previsão é de que o aquecimento
global poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar
suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de
trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
Não para aí. Dentro de dois
séculos, por volta de 2200, a redução prevista é para 40% durante os picos de
calor. E quanto menor for a capacidade de trabalho do trabalhador, menor será
sua produtividade, em termos qualitativos e quantitativos.
Fonte: Exame.com