Pequeno país insular localizado a
leste da Papua-Nova Guiné, no Oceano Pacífico, as pacatas Ilhas Salomão
ganharam o noticiário mundial nesta quarta-feira, após serem atingidas por um
tsunami que matou cinco pessoas. Embora possa parecer pontual, a tragédia é a
face mais radical de um drama vivido diariamente pela população local, formada
por pouco de mais de 500 mil habitantes.
Para essa micronação, o
aquecimento global e as mudanças climáticas - temas discutidos com frequencia
em conferências internacionais que, em geral, falham em chegar a acordos
eficientes - já são questões de vida ou morte. Um estudo feito em 2011 pelo
GFDRR - Fundo Mundial do Banco Mundial para Redução de Catástrofes e
Recuperação - mostra que de 1994 a 2008, o nível do mar subiu de 7,6 mm por ano
nas Ilhas Salomão, cerca de três vezes a taxa da média global.
Nos últimos anos, as inundações
constantes têm prejudicado a produção de cultivos locais e a obtenção de água
potável em decorrência do aumento da concentração de sal no subterrâneo.
Aldeias inteiras já foram forçadas a deixar suas casas em resposta à erosão
costeira, e contaminação de água doce.
Perigo à vista
Salomão tem cerca de mil ilhas, a
maior parte delas intocadas pelo homem. Considerado a "Amazônia dos
Mares", o país ocupa uma área de características únicas, com montanhas,
lagoas e uma das mais ricas biodiversidades marinhas, incluindo 75% das
espécies de corais conhecidas, 40% das espécies de recifes de coral, e a maior
floresta de manguezal do mundo.
Agricultura, silvicultura e pesca
são a base da economia, que inclui outras atividades importantes para a receita
do país, como extração de madeira, óleo de cacau e óleo de palma. Como a
maioria da população vive a cerca de 1,5 km da costa, uma parcela considerável
da economia do país, infra-estrutura e meios de subsistência estão vulneráveis
às mudanças no clima. As ilhas com altitudes mais baixas são as mais atingidas.
Para aumentar a sua capacidade de
resistência aos impactos adversos da mudança do clima no longo prazo, uma série
de projetos e atividades têm sido realizadas nas Ilhas Salomão. Um dos mais
siginficativos é o programa de Adaptação do Pacífico às Mudanças Climáticas
(PACC em inglês), que custeia projetos de adaptação às alterações do clima nas
ilhas Pacíficas nos setores de gestão costeira, produção e segurança de
alimentos e gestão dos recursos hídricos.
Fonte: Planeta Sustentável