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Por Sophia Gebrim, do Ministério do Meio Ambiente
Um novo tipo de viagem vem ganhando espaço na agenda global,
principalmente neste período de fim de ano e férias: o turismo sustentável.
Além de gerar emprego e renda, benefícios sociais e preservar o meio ambiente,
as práticas do turista sustentável vão desde o planejamento até o meio de
transporte utilizado. Para orientar e dar informações sobre esse novo modelo de
turismo, o Ministério do Meio Ambiente orienta e esclarece dúvidas com a
campanha Passaporte Verde.
Trata-se de um guia, disponível na maioria dos pontos
turísticos e rede hoteleira brasileira, com detalhes, informações e orientações
sobre o turismo sustentável, atividade que respeita o meio ambiente, favorece a
economia local e o desenvolvimento social e econômico das comunidades. A
publicação é resultado da força-tarefa internacional para o desenvolvimento do
turismo sustentável. No Brasil, a campanha é coordenada pelos ministérios do
Meio Ambiente e do Turismo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma).
Após escolher o destino, o turista deve buscar informações
sobre a região a ser visitada, cultura e tradição do seu povo, o que garantirá
uma melhor convivência durante a sua permanência no local.
Para isso, deve preferir acomodações que tenham equipamentos
eficientes e que permitam o uso racional da energia e da água e priorize o
serviço de guias e condutores integrantes das comunidades locais. Além de
preocupe-se com as emissões de gás carbônico dos meios de transporte que
utiliza.
Cultura e tradição
Após escolher o destino, o turista deve buscar informações
sobre a região a ser visitada, cultura e tradição do seu povo, o que garantirá
uma melhor convivência durante a sua permanência no local. Outra dica é buscar
conhecer as Unidades de Conservação que permitem visitação, como parques, áreas
de proteção ambiental, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas
particulares, entre outras. Conforme destaca o coordenador da SEDR, o interesse
pelo contato com ambientes naturais favorece o trabalho de conservação desses
espaços.
Ao fazer a mala, o turista deve pensar no que deve levar, já
que a quantidade de itens na bagagem aumenta o impacto da viagem, devido às emissões
de gás carbônico e lixo que gera. Uma alternativa é tentar não levar de casa
nada que possa encontrar no destino final ou comprar produtos de higiene ou
alimentos nos mercados locais. “Sem contar que ao tomar essas atitudes, o
turista estará contribuindo com a geração de empregos e aumentando a renda dos
moradores”, destaca o representante do MMA.
Ele alerta, ainda, para o turista ter cuidado com pilhas,
baterias e lâmpadas, pequenos objetos que contêm materiais tóxicos que
contaminam a água e o solo quando descartados de forma inadequada. A dica é
jamais jogar esse material no lixo comum e depositar esses itens em coletores
específicos. Caso o turista não encontrar lugar adequado para depositá-los,
traga-os de volta.
Menos esforço
Embalagens são um problema para o meio ambiente em qualquer
ocasião, inclusive em viagens. A orientação é retirar as mercadorias das
embalagens antes de viajar. Além de produzir menos lixo, o turista deixará sua
bagagem mais leve, evitar emissões durante o transporte e poupar fôlego durante
caminhadas com mochila.
“Caso queira levar uma embalagem cheia, traga-a vazia na
volta”, orienta Allan Milhomens. Xampus e sabonetes líquidos ecologicamente
corretos (biodegradáveis) já estão disponíveis. Uma alternativa é utilizá-los nas
viagens e usar a menor quantidade possível. “Isso mantém as fontes de água
potável, rios e mares livres de poluição”, acrescenta. Além disso, o viajante
pode dar uma finalidade cultural às revistas e aos livros que terminou de ler,
deixando-os na própria comunidade ou na escola local.
Tanto para um fim de semana como para uma viagem mais longa,
o turista sustentável deve escolher a acomodação que segue as mesmas práticas
verdes que deveria ter na sua casa. Esses cuidados vão desde o tipo de
construção até o modo como o empreendimento se relaciona com seus colaboradores
e com a comunidade. No Brasil, além da rede hoteleira e das pousadas, há a
opção de hospedagem na casa dos moradores locais em algumas regiões. Prefira
instalações que se preocupem com a sustentabilidade nos seus serviços.
Práticas verdes
• Incorporar os princípios socioambientais à administração e
ao treinamento das pessoas, que devem ser capacitadas para exercerem atividades
de modo responsável;
• Reduzir o consumo indireto de energia, aquele embutido na
fabricação dos itens de consumo, buscando oferecer produtos naturais,
especialmente vegetais, feitos na região;
• Reduzir o impacto ambiental de novos projetos e
construções, visando à preservação do cenário natural, fauna e flora, levando
em consideração a cultura local na arquitetura. Materiais naturais, técnicas
construtivas de baixo impacto e baixo consumo energético merecem atenção;
• Controlar e diminuir o uso de produtos agressivos ao ambiente,
como amianto, CFCs, pesticidas e materiais tóxicos, corrosivos ou inflamáveis;
• Utilizar energias alternativas, como a solar e eólica,
sempre que possível no planejamento das novas construções e instalações;
• Consumir água com racionalidade e eficiência, por exemplo,
coletar e utilizar a água da chuva quando possível;
• Não permitir que haja qualquer vazamento de esgoto ou
dejetos poluidores.
• Evitar o uso desnecessário de água e de produtos químicos,
utilizando por mais de um dia suas toalhas de banho e rosto;
• Ligar o ar condicionado, sempre com portas e janelas
fechadas, e ventiladores apenas quando necessário;
• Recolher todo o lixo produzido e separar materiais
recicláveis de restos orgânicos;
• Utilizar sacolas reutilizáveis de pano ou papel ao invés
dos saquinhos plásticos nas compras;
• Na praia, utilizar protetor solar resistente à água para
não poluir o mar e prejudicar a fauna marinha;
• Apagar as luzes e desligar os equipamentos do ambiente ao
sair;
• Fechar a torneira enquanto escova os dentes. Assim, é
possível gastar apenas dois litros de água ao invés de 60;
• Não retirar plantas, nem levar “lembranças” do ambiente
natural para casa. Deixar pedras, flores, frutos, sementes e conchas onde foram
encontradas para que outros também possam apreciá-los;
• Não comprar animais silvestres;
• Ajudar na educação de outros visitantes, transmitindo os
princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade de disseminar essa
atitude responsável.
Fonte: EcoDesenvolvimento