Ontem a ONU (Organização das Nações Unidas) comemorou o Dia
dos Direitos Humanos - mesmo que não se tenha muito o que comemorar. O tema este
ano foi a ampliação da participação da sociedade na vida pública.
Em 1958, o Organização adotou a Declaração Universal dosDireitos Humanos, que representa, conforme o texto, “o ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
indivíduo e cada órgão da sociedade se esforce, através do ensino e da
educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades”.
Na celebração, o Secretário-Geral da Organização, Ban
Ki-moon, disse que a lei internacional é clara: a voz de todos deve contar sem
importar quem seja a pessoa, de onde ela venha ou viva.
Na prática, porém, a teoria é bem diferente - é só ver o
quão distante está a realidade de muitos países e povos do que declara o Artigo
I do documento da ONU: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos”.
O Secretário-Geral afirmou que todos têm o direito de serem
ouvidos e de participarem de decisões que afetam as suas comunidades e lembrou
que, em muitas partes do mundo, mulheres ainda estão subrepresentadas na
política e indígenas continuam sofrendo discriminação.
E não precisa ir longe. Há dois meses, um grupo de Guaranis
Kaiowás divulgou uma carta que colocou o absurdo cometido contra o povo
indígena do Mato Grosso do Sul na pauta nacional: “Pedimos ao Governo e Justiça
Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para
decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui”.
Este é um dos exemplos de como o nosso modelo de
desenvolvimento e sociedade aumenta a distância entre direitos humanos e
direitos, de fato, humanos E universais. (Também vale a pena ler o texto
“Direitos humanos para humanos direitos”, publicado no site da revista
CartaCapital em novembro).
Vídeo
Para explicar o assunto às crianças, a editora Ática
Scipione publicou uma animação sobre a Declaração Universal dos Direitos
Humanos:
Fonte: Super Interessante