Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), implementada
em 2010, tem impulsionado o aumento de reciclagem de eletrônicos. A preocupação
parte das próprias empresas que fabricam os equipamentos e precisam dar um
destino ecológico às peças.
As empresas têm até 2014 para se adequarem às regras da lei
e já estão buscando alternativas. Muitos fabricantes estão dividindo a
responsabilidade dos resíduos com os revendedores. Algumas fazem consultas para
entender como funciona a logística e implantar a gestão dos resíduos, enquanto
outras, como Dell, HP, Itautec, Nokia e Positivo, possuem seus próprios pontos
de coleta espalhados em todo o país.
Um estudo encomendado pelo governo federal mostrou que é
preciso que as 150 maiores cidades do país recebam a estrutura necessária para
que seja viabilizada a reutilização de dois terços do lixo eletrônico.
Entretanto, não é só governo federal que deve resolver essa
questão, o estado também precisa fazer sua parte. “A responsabilidade é
compartilhada por fabricantes, importadores e comerciantes”, afirmou Zilda
Veloso, gerente de resíduos perigosos do Ministério do Meio Ambiente, em
entrevista à Folha. “Se prefeituras instalarem pontos de coleta, por exemplo,
poderão cobrar desses responsáveis”, explicou.
A reciclagem de materiais eletrônicos, além de sustentável,
é um tipo de negócio rentável. Dos metais preciosos, por exemplo, apesar de
representaram uma porcentagem pequena, a quantidade de cobre aproveitada torna
o processo lucrativo até mesmo para as pequenas empresas.
As compras de fim de ano de ano, seja para consumo próprio
ou para presentear, tendem a aumentar a quantidade de eletrônico descartado.
Estima-se que 495 mil toneladas de lixo deste tipo sejam gerados em 2012, entre
computadores, celulares, TVs e outros aparelhos pequenos. O pior é que esse
número deve aumentar em 80% até 2016, chegando até 892 mil toneladas.
Os interessados em reduzir esse número podem procurar por
entidades que recebem doações de eletrônicos. Em São Paulo, por exemplo, há o
C3RCO, que em parceria com a Prefeitura de Osasco e a ONG Sampa.org aproveitam
os computadores usados e ainda qualificam jovens de baixa renda, ensinando-as
as serem técnicos em informática. Este é só um exemplo de diversos centros de
reciclagem na cidade que aliam soluções ambientais com sociais.
Fonte: Ciclo Vivo