O maior varejista de moda do mundo, o grupo têxtil Inditex, do qual a Zara faz parte, assumiu hoje o compromisso de eliminar todas as substâncias químicas perigosas de sua cadeia de produção, incluindo a de fornecedores, até 2020. A decisão é uma resposta à pressão pública que a Zara recebeu com a campanha Detox do Greenpeace Internacional.
Como parte do compromisso, a
Inditex exigirá que seus 20 fornecedores divulguem informações sobre as
substâncias utilizadas já em março de 2013, fazendo com que aqueles que moram
perto das fábricas finalmente tenham acesso às informações sobre os descartes
de resíduos no ambiente.
“O Greenpeace parabeniza a Zara
pelo compromisso de fazer moda sem poluir. Se a maior varejista de moda do
mundo pode mudar, não há desculpa para que as outras marcas não limpem suas
cadeias de produção”, afirmou Martin Hojsik, Coordenador da Campanha Detox do
Greenpeace Internacional. Ele ainda disse que “as pessoas se manifestaram em
todo o mundo contra a moda tóxica e agora é o momento para que outras marcas,
como a Esprit, Gap, Levi’s e a Victoria Secret ouçam seus clientes e se
'desintoxiquem' também”.
O compromisso e a resposta da
Zara vieram apenas oito dias depois de o Greenpeace ter lançado o relatório
“Fios tóxicos: o grande remendo da indústria da moda”, em Pequim. Desde então,
mais de 300 mil pessoas se juntaram à campanha, com dezenas de milhares de
pessoas compartilhando a mensagem de que a Zara precisava limpar sua cadeia de
produção no Facebook e no Twitter. Sem deixar de mencionar as mais de 700
pessoas que foram às ruas protestar nas fachadas das lojas da Zara em todo o
mundo.
A Zara é a oitava marca a se
comprometer a eliminar o descarte de produtos químicos perigosos em toda sua
cadeia de fornecimento e em seus produtos desde que a campanha foi lançada, em 2011. Ela se junta
às marcas Nike, Adidas, Puma, H&M, M&S, C&A e Li-Ning, que já se comprometerem.
Além disso, a Zara exigirá que
pelo menos 20 fornecedores comecem a divulgar os dados sobre poluição até o
final de março de 2013 e pelo menos cem fornecedores até o final de 2013,
incluindo informações sobre os corantes azóicos que são cancerígenos.
“As pessoas têm o direito de
saber com o que os seus rios estão sendo poluídos e quais são os produtos
químicos perigosos em suas roupas. O compromisso da Zara de agir de forma mais
transparente é um marco na maneira como as roupas são fabricadas e será a chave
para forçar que mais marcas se comprometam com a poluição ‘zero’ por
substâncias químicas perigosas até 2020”, disse Li Yifang, da campanha de
Tóxicos do Greenpeace Sudeste Asiático.
A campanha Detox do Greenpeace
exige que as marcas de moda se comprometam a não descartar nenhum resíduo
químico perigoso no ambiente até 2020 e que exijam que seus fornecedores
divulguem todas as substâncias tóxicas descartadas nos rios para as comunidades
locais.
A organização comprou e testou
roupas das 20 maiores marcas em abril de 2012. Dentre as substâncias
encontradas, destacou-se a presença de etoxilatos de nonilfenol, que se quebram
no meio ambiente e formam substâncias químicas que são interferentes hormonais.
Fonte: Ciclo Vivo