Por trás dos muros da penitenciária Edgar Magalhães Noronha,
na cidade de Tremembé, interior paulista, existe um viveiro de sete hectares,
onde são produzidas, por mês, 150 mil mudas de espécies nativas da Mata
Atlântica.
Um convênio entre o Estado e a Funap, Fundação Prof. Dr.
Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso, permite usar essa mão de obra para
ajudar na recuperação da Mata Atlântica. A Fundação contribui para a
recuperação social do preso, oferecendo estudo, qualificação, aprendizado
profissional e oportunidade de trabalho remunerado.
Estar em regime semiaberto é a condição do detento para
trabalhar neste projeto, chamado de Florestas inteligentes. Os selecionados
passam por diversos cursos de profissionalização, o que beneficia a qualidade
de vida do presidiário. “Esse trabalho abre a minha mente. A gente fica mais
tranquilo e vai aprendendo coisas”, diz Elis Ribeiro da Silva.
Outro depoimento revela a importância e amplitude desse
trabalho na vida dessas pessoas. “Esse tempo todo que eu estou preso aqui,
aprendi muita coisa... é uma terapia para a gente. Tem muita coisa que mudou
para melhor na minha vida. Cada três dias trabalhado reduz um dia, me
ofereceram uma oportunidade, vou abraçar essa oportunidade” afirma Alescio
Rodrigues.
O projeto Florestas inteligentes será apresentado na próxima
edição do programa Repórter Eco, que entrevistou e acompanhou o trabalho dos
presidiários Tremembé. O programa foi ao no último domingo (11 de Novembro), às
17h30, na TV Cultura.
Fonte: Ciclo Vivo