quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Teias de aranha: o futuro das cirurgias e dos gadgets biodegradáveis



A seda, conhecida por ser utilizada por insetos na fabricação de teias e casulos, também pode ser utilizado como um cabo de fibra óptica
Foto: Sxc.hu

Os fios de seda são conhecidos pela sua força e flexibilidade. E foram essas características que direcionaram os pesquisadores do Institut de Physique de Rennes, na França a incorporarem este material em componentes eletrônicos, tornando-os biodegradáveis.

Os cientistas descobriram que o material, utilizado por insetos na fabricação de teias e casulos, também pode ser usado como um cabo de fibra óptica, onde a luz pode viajar através do fio com facilidade. "Quando testamos a seda de aranha, não sabíamos o que esperar", confessou o físico Nolwenn Huby ao site Wired. "Mas depois nós pensamos, por que não tentar utilizá-lo como fibra óptica para propagar a luz?".

Huby e sua equipe conseguiram transmitir luz laser por um fio curto de seda em um chip de circuito integrado. Segundo o pesquisador, com o aperfeiçoamento de um revestimento próprio, a seda poderá melhorar sua capacidade de transmissão.

Uma das principais aplicações da pesquisa está na possibilidade de seu emprego em procedimentos médicos. Como as fibras de seda são capazes de transportar luz, essa capacidade poderia ser usada para gerar imagens dentro do corpo humano, possibilitando a realização de exames e procedimentos cirúrgicos por meio de pequenas aberturas no corpo, já que a seda é extremamente fina.


Fibra de seda integrada em um chip fotônico, conectando três discos que podem armazenar luz.
Foto: Divulgação Nolwenn Huby

Segundo o engenheiro biomédico Fiorenzo Omenetto da Tufts University, em Cambridge, Massachusetts, o material é, acima de tudo, inofensivo, podendo ser implantando no corpo sem qualquer tipo de reação.

A partir dessa característica, outra aplicação futura foi prevista por Omenetto. Os fios de seda podem servir como uma bandagem que pode ser implantada no paciente depois de um procedimento médico, no intuito de monitorar possíveis infecções. E o melhor de tudo é que depois de implantado, o dispositivo não precisará mais ser removido, pois o corpo vai absorver o material, que é biodegradável, naturalmente.

Além da aplicação médica, Omenetto enxerga a possibilidade de utilizar os fios de seda como componentes de gadgets totalmente recicláveis.

Por meio de muito estudo, o pesquisador afirma que o lixo eletrônico pode ser uma coisa do passado. Mas ele salienta que este acontecimento está a décadas de distância. "Circuitos compostáveis são uma coisa, mas os engenheiros ainda precisam descobrir como tornar as baterias e interfaces biodegradáveis. Temos que ser muito realistas sobre essas coisas", acrescentou.



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