Atualmente as sobras da produção de uísque, que têm alto
teor de açúcar, são reaproveitadas para o desenvolvimento de fertilizantes.
Mas, no que depender da descoberta de pesquisadores de um centro ligado à
Universidade de Napier, em Edimburgo, elas terão uma nova utilidade: gerar
biocombustível. Como? Misturando bactérias especiais a dois subprodutos da
destilação de uísque de malte:
- pot ale, que fica nos alambiques após a primeira
destilação, e
- draff, que sobra dos grãos usados na produção da bebida.
O resultado desta fermentação é o butanol, que poderia
substituir combustíveis de origem fóssil (ou seja: aquele que é composto por
carbono e cuja matéria-prima não é renovada pelo planeta). Ainda por cima,
segundo os pesquisadores, o butanol seria 25% mais eficiente do que o bioetanol
tradicional – produzido a partir de biomassa da cana-de-açúcar ou celulose.
Para que o abastecimento de veículos com o butanol vire
realidade, resta apenas a comprovação de que ele possa ser produzido em escala
industrial. Mas isso pode estar prestes a acontecer, porque a empresa Celtic
Renewables, criada pelo centro de pesquisas ligado à Universidade de Napier,
fechou parceria com a destilaria de uísques Tullibardine, que fica no condado
escocês Perthshire e que fornecerá as sobras da sua produção.
O projeto recebeu investimento de 155 mil libras do ZeroWaste Scotland, programa do governo escocês para acabar com o desperdício do
país. Ele trará vantagens para a destilaria, que economizará milhares de libras
com os gastos de manejo das sobras da destilação. Além das vantagens
ambientais: reduzir as emissões de gases do efeito estufa do país e cumprir a
meta de aumento de 10% da produção de biocombustível da União Europeia até
2020.
Fonte: Super Interessante