segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Projeto de fabricação de papel no interior do Ceará ganha destaque internacional


No interior do Ceará, um projeto de educação ambiental ganhou destaque internacional ao apresentar um processo natural de produção de papel. Nada de desmatamento, nada de produtos químicos: a matéria-prima é o caule da bananeira, parte da planta descartada pelos agricultores da região.


“Com esse processo fizemos valer a ideia de que muitas coisas classificadas simplesmente como lixo são, na verdade, matéria-prima fora do lugar”, comenta o professor Fernando Vasconcelos, orientador do projeto Fabricação de Papel a partir de Fibras Naturais: Reciclando e Reaproveitando na Escola, desenvolvido com o auxílio de 200 alunos da Escola de Ensino Médio Professora Theolina de Muryllo Zacas, na cidade de Bela Cruz.

A primeira etapa do projeto trabalhou com conceitos de preservação ambiental e conscientização dos grupos de estudantes e da comunidade escolar. Também foram realizadas pesquisas de campo com produtores locais de banana, representantes de associações e moradores do entorno da escola. Depois, ao alunos passaram por oficinas para aprender a produzir o papel.


O processo de fabricação é semelhante ao de reciclagem de papel, mas não usa qualquer produto químico – diferença essencial para o sucesso do projeto. A cola, usada para ligar as fibras na reciclagem comum, é substituída por amido de milho.

O kit utilizado permite a confecção de dez folhas de uma única vez. O processo de prensagem da folha, que aumenta sua compactação, pode ser usado ou não. “Em alguns de nossos experimentos, esse processo não foi utilizado, pois desejávamos obter uma folha de aspecto mais rústico”, explica o professor.


A escola representou o Brasil em feiras de ciências internacionais, entre elas a Intel Isef, a maior do mundo, nos EUA, e ganhou menção honrosa da UNESCO como melhor projeto de inovação tecnológica do Brasil.

Além de mudar a percepção ambiental dos próprios alunos, o projeto deve ir mais além: o próximo passo é aumentar a produção do papel e criar uma pequena empresa para gerar renda para a comunidade, com parcerias com instituições públicas e privadas e associações comunitárias.

Fonte: Superinteressante 
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