A Bototerapia tem auxiliado o tratamento de crianças
deficientes e incentivado a preservação do boto-vermelho no estado do Amazonas.
O trabalho é idealizado pelo fisioterapeuta Igor Simões Andrade e pelo
veterinário Diogo Lagroteria.
A terapia consiste principalmente em permitir que as
crianças tenham um contato direto com o animal no Rio Negro. Assim, durante as
atividades eles brincam e adquirem conhecimento sobre a espécie ameaçada de extinção,
enquanto outras técnicas são trabalhadas pelos especialistas para o
desenvolvimento motor e intelectual das crianças.
O projeto teve início há sete anos e, desde então, permite
que jovens com diferentes dificuldades experimentem uma sensação bastante
distinta. As crianças são levadas até os botos em cinco encontros, que
acontecem uma vez a cada mês, sempre acompanhadas dos pais.
Os resultados são bastante perceptíveis. Em entrevista ao
Globo Natureza, Andrade explicou que um dos exemplos de aplicação da terapia é
a função de acalmar crianças muito agitadas ou hiperativas. O fisioterapeuta
garante que em cada caso existe um benefício específico do trabalho. Mesmo
assim, ele informa que o intuito da bototerapia não é substituir os métodos
tradicionais, mas sim complementar.
Além do benefício à saúde, o projeto também colabora para a
preservação dos botos, através de trabalhos de conscientização com as
comunidades locais. Pois, os animais são alvos constantes de pescadores, que
utilizam sua carne como isca.
Os idealizadores também têm cuidado para não tornar os botos
dependentes dos humanos. Por isso, a alimentação é controlada e as visitas
também, para que eles preservem seus hábitos naturais. O projeto conta com o
apoio de um hotel local, mas poderia ter uma abrangência maior se tivesse mais
patrocínio.
Fonte: Ciclo Vivo