Há cerca de 1.300 anos, o império maia começou a entrar em
colapso. Três séculos depois, veio o fim. Sobraram apenas enormes pirâmides e
templos para atestar sua existência.
A decadência da civilização é um dos grandes mistérios da
arqueologia. As teorias mais divulgadas apontam que mudanças climáticas, que
provocaram secas devastadoras, foram responsáveis pelo desaparecimento da
civilização.
Agora, um novo estudo, publicado nesta terça-feira no
periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences),
afirma que não foi apenas a seca que desempenhou papel chave na destruição.
Alterações humanas no ecossistema, como o desmatamento, e a decadência de rotas
comerciais também foram fundamentais para o colapso.
"Este estresse ambiental foi complementado por uma
mudança no comércio comercial de toda a península, o que reduziu a economia e o
poder da elite dominante para manter a infraestrutura dos meios de
subsistência", disse B. L. Turner Turner, um cientista Sustentabilidade da
Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos (EUA) e um dos autores do
estudo ao lado de Jeremy A. Sabloff, presidente do Instituto Santa Fé, um
centro que estuda as relações do homem com a natureza.
Segundo Turner, essa decadência, somada à decisão de abandonar
as terras baixas do império, em vez de manter o investimento, acelerou o
colapso.
Os autores dizem que essa teoria reconhece o papel das
mudanças climáticas e aquelas provocadas pelo homem, mas também reconhece o
papel do comércio e das decisões tomadas pelos maias.
Segundo o estudo, o colapso da civilização não foi
"monolítico", mas teve muitas fases que variaram. "A única
maneira de explicar essa variação é adotar uma visão complexa do sistema",
diz o artigo.
Os cientistas afirma que o caso dos maias é um incentivo
para o uso de analogias paleo-históricas para entender as atuais mudanças
ambientais.
Fonte: Planeta Sustentável