quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Brasil, um país do futuro eólico



Equipamentos da Alston em parque eólico na Bahia.
Foto: Rafael Martins/Secom-BA

O Brasil do presente, quando o assunto é a geração de energia, pode ser definido como o país das usinas hidrelétricas, que produzem a maior parte da eletricidade consumida e já se alastram Amazônia adentro, para desespero de organizações não internacionais ambientalistas e comunidades tradicionais. Já o Brasil, um país do futuro (parafraseando a clássica obra de Stefan Zweig), reúne boas perspectivas para vir a ser o país eólico. Os dois leilões de energia marcados para outubro já contam com mais de 500 projetos inscritos e devem, no mínimo, repetir o sucesso dos pregões de 2011.

Segundo matéria publicada no Valor Econômico de quarta-feira, 29 de agosto, as fornecedoras de aerogeradores traçam estratégias para elevar a participação no mercado. A aposta das fabricantes está no aumento do índice de conteúdo local e da eficiência dos equipamentos.

A empresa dinamarquesa Vestas, que respondeu em 2011 por 14% das vendas globais de aerogeradores, observa que o segmento brasileiro ainda é pequeno, mas projeta que o país estará entre os cinco maiores mercados da companhia nos próximos cinco a dez anos.

Vestas busca ampliar nacionalização; Alston vai abrir fábrica

A multinacional planeja fechar parcerias com subfornecedores no Brasil e ampliar seu índice de nacionalização para os 60% exigidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de estar habilitada para receber financiamento. Já no exterior, a Vestas vai cortar empregos para atingir sua meta de redução de custos e, ao mesmo tempo, diminuir seu endividamento.

A francesa Alstom, por sua vez, vai anunciar nas próximas semanas a construção de uma nova fábrica no Brasil - a primeira da companhia foi inaugurada em novembro de 2011, na Bahia, com investimentos de R$ 50 milhões e capacidade para produzir 300 MW/ano de aerogeradores. O local e o valor da próxima unidade ainda são desconhecidos.

"[A nova fábrica] é decisão já tomada. Estamos comprometidos em fazer a segunda unidade. Continuaremos aumentando a nossa participação no Brasil", contou ao Valor o vice-presidente mundial da Alstom Wind, Alfonso Faubel. A aposta da empresa é construir máquinas de maior porte e adaptadas ao regime de ventos brasileiro, para reduzir custos do produto final e da manutenção das peças.

De acordo com a matéria do Valor, com a decisão da Petrobras de não fornecer gás para novas térmicas e com apenas duas novas hidrelétricas licenciadas até o momento, a expectativa é que a fonte eólica domine novamente os leilões de outubro, que negociarão energia a ser entregue a partir de 2015 e 2017. 



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