Equipamentos da Alston em parque eólico na Bahia.
Foto: Rafael Martins/Secom-BA
O Brasil do presente, quando o assunto é a geração de
energia, pode ser definido como o país das usinas hidrelétricas, que produzem a
maior parte da eletricidade consumida e já se alastram Amazônia adentro, para
desespero de organizações não internacionais ambientalistas e comunidades
tradicionais. Já o Brasil, um país do futuro (parafraseando a clássica obra de
Stefan Zweig), reúne boas perspectivas para vir a ser o país eólico. Os dois
leilões de energia marcados para outubro já contam com mais de 500 projetos
inscritos e devem, no mínimo, repetir o sucesso dos pregões de 2011.
Segundo matéria publicada no Valor Econômico de
quarta-feira, 29 de agosto, as fornecedoras de aerogeradores traçam estratégias
para elevar a participação no mercado. A aposta das fabricantes está no aumento
do índice de conteúdo local e da eficiência dos equipamentos.
A empresa dinamarquesa Vestas, que respondeu em 2011 por 14%
das vendas globais de aerogeradores, observa que o segmento brasileiro ainda é
pequeno, mas projeta que o país estará entre os cinco maiores mercados da
companhia nos próximos cinco a dez anos.
Vestas busca ampliar
nacionalização; Alston vai abrir fábrica
A multinacional planeja fechar parcerias com subfornecedores
no Brasil e ampliar seu índice de nacionalização para os 60% exigidos pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de estar
habilitada para receber financiamento. Já no exterior, a Vestas vai cortar
empregos para atingir sua meta de redução de custos e, ao mesmo tempo, diminuir
seu endividamento.
A francesa Alstom, por sua vez, vai anunciar nas próximas
semanas a construção de uma nova fábrica no Brasil - a primeira da companhia
foi inaugurada em novembro de 2011, na Bahia, com investimentos de R$ 50
milhões e capacidade para produzir 300 MW/ano de aerogeradores. O local e o
valor da próxima unidade ainda são desconhecidos.
"[A nova fábrica] é decisão já tomada. Estamos
comprometidos em fazer a segunda unidade. Continuaremos aumentando a nossa
participação no Brasil", contou ao Valor o vice-presidente mundial da
Alstom Wind, Alfonso Faubel. A aposta da empresa é construir máquinas de maior
porte e adaptadas ao regime de ventos brasileiro, para reduzir custos do
produto final e da manutenção das peças.
De acordo com a matéria do Valor, com a decisão da Petrobras
de não fornecer gás para novas térmicas e com apenas duas novas hidrelétricas
licenciadas até o momento, a expectativa é que a fonte eólica domine novamente
os leilões de outubro, que negociarão energia a ser entregue a partir de 2015 e
2017.
Fonte: EcoDesenvolvimento