Um grupo de patrulheiros no Congo se prepara para uma missão
que tentará salvar famílias de gorilas que desapareceram após uma
intensificação do conflito entre forças do governo e rebeldes no país. O
governo fez um acordo com o grupo rebelde M23, para permitir que os
patrulheiros possam rastrear seis famílias de gorilas-de-montanha.
Os cerca de 200 mamíferos vivem no parque nacional de
Virungo, localizado ao leste do país, e representam um quarto da população da
espécie. O diretor do parque, Emmanuel de Merode, comemorou a decisão:
"Nós estamos satisfeitos e aliviados que todas as partes do conflito
reconheceram a necessidade de proteger os únicos gorilas-de-montanha do
Congo".
Os combates na região se intensificaram em abril, quando a
área de conservação fechou as portas ao público. Desde o dia 8 de maio, as
equipes responsáveis por acompanhar os gorilas evacuaram a área, que sofreu com
intensos conflitos de artilharia pesada e, até mesmo, helicópteros de combate.
'Os gorilas são muito espertos. Eles, sem dúvida, ao ouvir
as explosões, se afastaram dos locais de conflito. O importante, agora, é
localizá-los', disse à BBC Brasil Lu Anne Cadd, assessora de imprensa do
parque.
As famílias de gorilas-de-montanha não são vistos há mais de
dez semanas. Os patrulheiros do parque são, no momento, os únicos membros do
governo autorizados a circular na região. Eles irão se dividir em sete grupos e
trabalhar em conjunto com a população local para localizar os gorilas.
O trabalho, que estava marcado para ter início nesta semana,
será de encontrar os gorilas, identificar cada um deles e checar sua situação
de saúde, já que a espécie é muito vulnerável a doenças.
Ele vão ainda remover armadilhas e fazer rondas constantes
para evitar a atuação de traficantes de animais. O trabalho é considerado de
alto risco. Nos últimos 15 anos, 130 deles morreram em serviço.
Eles fazem a segurança do parque mais antigo da África. O
parque nacional de Virunga tem 7.800 km² e é considerado patrimônio mundial da
humanidade pela Unesco.
A República Democrática do Congo está em guerra civil há 12
anos e, desde o acirramento dos conflitos, mais de 200 mil pessoas foram
desabrigadas.
Fonte: Globo.com