Especialistas e entidades do setor de saneamento e meio ambiente reuniram-se entre 1 e 3 de outubro, no Auditório Augusto Rushi da CETESB, no Seminário Renovando o Meio Ambiente: Reciclagem e Resíduos Sólidos, uma iniciativa da ABES-SP em parceria com a a Associação de Engenheiros da CETESB-ASEC. O evento colocou em debate os diversos temas ligados aos resíduos sólidos no Estado de São Paulo.
Na abertura, realizada na quarta-feira, dia 1º, estiveram presentes os engenheiros Marcio Gonçalves, vice-presidente da ABES-SP e Uladyr Nayme, presidente da ASEC, além de João Luiz Pontenza, membro da Câmara Ambiental de Resíduos Sólidos e da Câmara Construção Civil da CETESB, que representou o presidente da CETESB, Otavio Okano. Na ocasião, Marcio destacou o trabalho realizado por associações como a ABES e a ASEC. “Estar à frente de associações não é fácil. Tem atividades cotidianas e atividades extras. É um trabalho que a gente fala que é voluntário e pro bem estar do país e das causas que as entidades defendem. O que nos traz um orgulho, pois aprendemos muita coisa discutindo temas diferentes em eventos diferentes”.
Marcio Gonçalves, Uladyr Nayme e João Luiz Pontenza na cerimônia de abertura do evento
A sessão de palestras em educação ambiental teve início com o engenheiro Flávio de Miranda Ribeiro, assistente executivo da vice-presidência da CETESB, que abordou a Política Estadual de Resíduos Sólidos: Ações em Logística Reversa. “A gente entende que a PRS não se trata apenas de um plano que envolve questões de saúde e reciclagem, pois ela também tem um papel principal de condutora de desenvolvimento”, afirmou.
Em seguida, Wanderley Paganini, superintendente de Gestão Ambiental da Sabesp e associado da ABES-SP, apresentou a palestra A Educação Ambiental e os Novos Planos. O especialista ressaltou a importância da instrução e do ensino para o cumprimento dos planos. “A educação sanitária e ambiental é um dos mais potentes instrumentos para a saúde pública”. Jorge Bellix Campos, presidente da associação Mata Ciliar, por sua vez, apresentou um dos projetos da instituição, o Nascentes.
Wanderley Paganini apresentou a palestra A Educação Ambiental e os Novos Planos
A palestra Plano Regional de Resíduos do ABC ficou por conta de Sebastião Ney Vaz Júnior, superintendente do Semasa e membro do Conselho Consultivo da ABES-SP. “Todos os municípios já possuem um Plano de Resíduos Sólidos, mas agora nós precisamos de um plano estadual, pois os regionais atuais não dão conta das atuais necessidades, ressaltou o engenheiro.
Fabiano Silva Barbosa, do Projeto Aquapolo Ambiental, encerrou o primeiro dia do evento apresentando o projeto, que produz água de reuso para fins industriais, destinada ao Polo Petroquímico do ABC paulista.
Debatendo a reciclagem
O segundo dia do seminário apresentou palestras voltadas ao tema Reciclagem e foi iniciado com o engenheiro Fernando Wolmer, da Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental da CETESB, que falou sobre o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: Coletas Seletivas. “Uma vez apresentado o plano, este é analisado e é avaliado se atende aos tópicos básicos exigidos. Alguns dos requisitos essenciais são a elaboração de um diagnóstico da situação atual e a identificação de áreas para a disposição de rejeitos”, explicou.
Dando continuidade ao seminário, Carlos Alberto Pachelli, diretor comercial da Tramppo, empresa que presta serviços de descontaminação e destinação de lâmpadas fluorescentes baseada no princípio da produção mais limpa, falou sobre o tema Gestão Sustentável de Lâmpadas. Na sequência, Vinícius Buso, diretor financeiro da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON), ministrou a palestra Uso de Agregados Reciclados na Construção Civil.
Roseane M. Garcia Lopes de Souza, coordenadora da Câmara Técnica de Resíduos Sólidos da ABES-SP, também marcou presença, apresentando osResíduos de Serviços de Saúde e as Normas da ABNT. A engenheira explicou as diferenças da gestão dos resíduos de serviços de saúde (RSS) em São Paulo, em relação aos demais municípios e estados brasileiros. “De acordo com a atual Lei Nacional de Saneamento Básico, os RSS não são de responsabilidade do munícipio, mas sim do próprio indivíduo que o gera. No entanto, aqui em São Paulo, nós temos uma exceção, pois nossa Política Municipal já garante este gerenciamento.”
A engenheira Roseane M. Garcia Lopes de Souza também marcou presença no evento
A última palestra do dia ficou por conta de Joyce Françoso, consultora técnica comercial da empresa Essencis Soluções Ambientais, que falou sobre aValorização de Resíduos e Tecnologia de Recuperação de Metais.
Planos de Resíduos Sólidos
O último dia do seminário focou nos Planos de Resíduos Sólidos. A coordenadora de Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Zuleica Maria de Lisboa Perez, abriu os trabalhos com a palestra Plano Estadual de Resíduos Sólidos. “Esse é um momento importante para nós da área discutirmos, pois os resíduos sólidos estão em foco. É importante também discutirmos de maneira separada os RS no Brasil e em São Paulo, pois se trata de realidades diferentes, uma vez que o Estado já desenvolve este setor há muito mais tempo”.
Em seguida Yara Cunha, da Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (CEA/SMA), falou sobre Educação Ambiental do Plano Estadual. Yara ressaltou que o ensino e a disciplina são componentes essenciais das Políticas Nacionais e Estaduais, pois sem eles é impossível atender às suas demandas.
Maria Heloisa Assumpção, engenheira civil e representante do setor de Projetos Especiais da Diretoria de Controle e Licenciamento Ambiental da CETESB, realizou uma apresentação sobre Gestão de Resíduos da Construção Civil, sendo seguida por Valéria Michel, Gerente de Meio Ambiente da Tetra Pak, que ministrou a palestra Agora é Lei-PNRS.
Angélica Gutierrez, consultora ambiental da CGAgeo, comentou o temaTratamento de Resíduos Sólidos e seus Impactos Ambientais. Na sequência, Isabel Albuquerque, analista de marketing da BASF, apresentou a palestraBiopolímeros Compostáveis e suas Aplicações.
O encerramento do seminário ficou por conta de Marco Antônio Badra, diretor técnico da ABICOM, associado da ABES-SP e membro da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS) e da Associação Norte-Americana de Resíduos Sólidos (SWANA). Marco Antônio apresentou o Projeto Piloto de Compostagem - Mogi Mirim e detalhou o uso de sacos compostáveis no projeto. “Eles são uma alternativa eficaz para a coleta e a destinação de resíduos para a compostagem, sendo transformados em adubo orgânico em aproximadamente 45 dias”, explicou.
Marco Antônio Badra encerrou o evento com a palestra Projeto Piloto de Compostagem - Mogi Mirim
O conteúdo com as apresentações completas será disponibilizado em breve no site da ABES-SP (www.abes-sp.org.br).