Cada megacentral têm capacidade para reciclar os resíduos
diários de 300 mil habitantes. | Foto: Agência de Notícias do Acre/Flickr
A prefeitura de São Paulo vai construir quatro megacentrais
de reciclagem na capital paulista até 2016. As duas primeiras deverão ficar
prontas em julho do ano que vem, e a previsão é de que cada unidade possa
processar 250 toneladas de lixo por dia, quantidade superior ao material
reciclado nas 20 pequenas unidades já espalhadas pela cidade.
Cada megacentral do projeto anunciado pela prefeitura têm
capacidade para reciclar os resíduos diários de 300 mil habitantes, o
equivalente a um município de médio porte. As duas primeiras unidades serão
construídas em Santo Amaro, zona sul, e no Bom Retiro, região central.
Quando instaladas, as quatro centrais deverão reciclar 10%
do total do lixo produzido na capital paulista, atingindo a meta proposta pelo
prefeito, Fernando Haddad (PT). Atualmente, São Paulo recicla apenas 1,8% dos
resíduos produzidos. Daqui a três anos, serão entregues as outras duas
megaestações, em São Mateus, zona leste, e na Vila Guilherme, zona norte da
cidade.
Embora os resíduos produzidos em São Paulo tenham urgência
para serem tratados de forma sustentável, a criação das grandes estações não
agradou muito aos ambientalistas. De acordo com Sabetai Calderoni, presidente
do Instituto Brasil Ambiente e consultor da ONU para gestão de resíduos sólidos,
estes centros poderão causar prejuízos.
“A iniciativa é muito boa, mas o ideal é descentralizar o
tratamento do lixo para evitar o custo de deslocamentos pela cidade”, explica
Calderoni, preocupado com as emissões de carbono durante o transporte do lixo
para os pontos estratégicos. “O mais indicado é ter pequenas centrais. Por seu
tamanho, São Paulo poderia ter centenas delas”, afirma o consultor da ONU, em
declaração ao Estadão.
De acordo com Simão Pedro, secretário de Serviços da gestão
do atual prefeito, cada megacentral vai custar R$ 6 milhões, e, todos os meses,
poderá gerar despesas de manutenção que deverão chegar a R$ 300 mil. No
entanto, a secretaria de Serviços acredita que o lucro das vendas de material
reciclado atinja R$ 2 milhões por mês, quantia que será distribuída entre as
partes envolvidas. “Esse valor deve ser dividido para todo o sistema de coleta,
não só para a cooperativa que operar a central”, afirma Pedro.
Com informações
do Estadão.
Fonte: CicloVivo